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Banda homenageou seu criador, Neguinho do Samba, na festa de 2010, meses após sua morte
Publicado em 27 de janeiro de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
O amor é fraqueza, mas também é força. É saudade, e homenagem. É silêncio e é música. Paralisa e move. O antagonismo é próprio do sentimento, como é do Carnaval. Uma festa que celebra a alegria, tradicionalmente, mas que foi usada pela Didá, em 2010, para homenagear - também - a dor. Criador da entidade percussiva e educacional, e do samba-reggae, Neguinho do Samba havia falecido meses antes. “Foi um Carnaval de muito choro, muita emoção, uma declaração de amor plena”, diz Vivian Caroline, viúva de Neguinho e diretora da Didá, sem saber que, naquele momento, também emocionava o jornalista. Aos 25 anos, a Didá é muito mais que uma ‘banda de mulheres’ e isso se deve à semente plantada, regada e cuidada pelo seu criador. A entidade significou inclusão social, um mercado de trabalho, movimentação de economia, música e arte para dezenas de mulheres negras que, por muitos anos, foram alijadas desse processo lúdico, profissional e artístico.
[[galeria]] “A dimensão que ele tem é absurda. Então, foi um Carnaval especial, um momento deliciado, em que estávamos sentido a responsabilidade de manter a instituição viva. É uma gratidão da Didá também pelas mudanças rítmicas na música do país”, comenta Vivian. Naquele dia, o bloco teve uma estátua de Neguinho, crianças com bacias - para simbolizar o início da vida musical do mestre, que batucava nas bacias da mãe ‘até furar’ - e integrantes em pernas de pau, mostrando a grandeza do músico e instrumentista, cofundador e ex-diretor também do Olodum. Uma homenagem mais do que digna a quem tanto amou a música.
*Cenas de Carnaval é um oferecimento do Bradesco, com patrocínio do Hapvida e apoio de Claro, Fieb, Salvador Shopping, Vinci Airports e Unijorge