Cerca de 2,2 mil profissionais de saúde estão afastados do trabalho em Salvador

Covid, gripe, ansiedade e problemas psicológicos são alguns dos motivos

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  • Gil Santos

Publicado em 10 de janeiro de 2022 às 13:53

- Atualizado há um ano

. Crédito: Nara Gentil/Arquivo CORREIO

O número de profissionais de saúde afastados do trabalho em Salvador está preocupando as autoridades e tendo reflexo no atendimento nas unidades de saúde. Cerca de 2.200 servidores não estão trabalhando porque foram infectados com covid, estão gripados, apresentam ansiedade ou outros problemas psicológicos, entre outras razões.

Nesta segunda-feira (10), durante o anúncio da nova política de saúde mental da cidade, o prefeito Bruno Reis (DEM) disse que essa foi a primeira vez em que o número de afastamentos simultâneos alcançou 2,2 mil e pediu que a população colabore para evitar o contágio do novo coronavírus e a lotação das unidades de saúde.

“Estamos com vários profissionais afastados por conta da covid. Nunca tivemos tantos profissionais da saúde afastados por conta de covid como estamos tendo agora. Então, é preciso compreensão diante do momento excepcional que estamos vivendo”, afirmou.

A ausência dos profissionais tem provocado reflexos no atendimento. O secretário municipal de Saúde, Léo Prates, que também participou do evento, contou que o Município contratou 450 trabalhadores extras, mas que está encontrando dificuldade para conseguir pessoal.

“Quando eu tenho um enfermeiro afastado, por exemplo, isso afeta a vacinação. Estamos com muitos profissionais afastados e isso está nos prejudicando. No final do ano nós lançamos uma convocação Reda (Regime Especial de Direito Administrativo), mas, para se ter uma ideia do nível de estresse em que estão os profissionais de saúde, a adesão foi baixíssima. As pessoas estão tão estressadas que querem um tempo para descansar”, contou.

O subsecretário da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Décio Martins, também está afastado. A previsão é de que ele retorne ao trabalho ainda essa semana. Léo Prates lembrou que, em 2021, precisou fazer uso de medicação para lidar com a ansiedade e disse que a situação dos profissionais inspira cuidados.

“Estamos vivendo um momento muito delicado. Precisamos olhar os dois lados, o da população e o do trabalhador, e os dois lados precisam ter compreensão nesse momento. A saúde é formada por gente que cuida de gente”, disse.

Durante o evento, foi anunciado a reabertura de mais 30 leitos de covid no Hospital Sagrada Família, no Bonfim. A unidade vai passar a operar com a capacidade máxima, ou seja, 110 leitos. O gripário de Pirajá/ Santo Inácio será reaberto nos próximos dias, depois de terem sido reabertos, no mês passado, os gripários do Pau Miúdo e da Ilha de Bom Jesus dos Passos.