Certificados falsos de vacinação são vendidos por até R$ 200 no Rio

Reportagem filmou flagrantes e até cambista 'consciente': 'O certo é o senhor tomar a vacina'

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  • Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2022 às 14:04

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/TV Globo

Cenas de venda de comprovantes falsos de vacinação contra covid-19 foram flagradas por reportagem da TV Globo nas ruas do Rio de Janeiro. Os registros foram feitos na Uruguaiana e na Quinta da Boa Vista, com a falsificação saindo por até R$ 200. 

Nesta sexta-feira (21), o 5º Batalhão da Polícia Militar (Gamboa) prendeu quatro homens que estavam vendendo ingressos e comprovantes falsos de vacinação perto do AquaRio.

"Cartão de vacina, meu amigo, estou vendendo a R$ 200 aí. Vem em branco, assim", dizia um vendedor no Centro. Ele exibiu o cartão, afirmando que é o mesmo dado nos postos, acrescentando que era entregue em branco ao comprador, que preencheria com os dados que quisesse. 

O cartão negociado, afirma, vem diretamente da Prefeitura de Mesquita. O documento traz o nome da clínica do bairro Santa Terezinha, da cidade fluminense.

Na conversa com o repórter, que leva uma câmera escondida, o vendedor diz que ninguém que comprou o documento com ele teve problemas e relata que uma jovem chegou a levar 10 comprovantes falsos. “Ela não estava fazendo questão de os funcionários dela tomar a vacina então ela mesmo comprou dez para dar para os funcionários dela. Bagulho é quente, pode ficar tranquilo”, relatou.

Na Quinta da Boa Vista, o vendedor diz que dá para fazer uma versão on-line do comprovante. A negociação acontece perto de uma viatura da Polícia Militar. “A gente pede outras pessoas para fazer, para mandar para a gente, para gente não ter que fazer, entendeu? Porque já mexe com a área de saúde, esses bagulhos. Não é nem p**** nenhuma. Isso é só um bagulhinho feito. Um cartãozinho, no computador, que o cara bota o nome para tu poder entrar. Eu geralmente não gosto de fazer. O cara cobra R$ 20 para fazer isso”, diz o vendedor.

Mesmo vendendo os documentos forjados, o vendedor ainda tenta convencer que é importante se vacinar. “Agora, se o senhor quiser mesmo, o certo é o senhor tomar a vacina, entendeu? Tem que tomar a vacina. Não tomou a vacina por quê?”, quer saber.

O caso é investigado pela Delegacia do Consumidor, no Rio.