Chacina em festa junina deixa cinco mortos, incluindo menina de 10 anos

Ataque em condomínio ainda deixou outras sete pessoas baleadas no Rio

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  • Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2020 às 16:34

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

Rayane Lopes, 10 anos, chegou a ser socorrida com vida, mas não resistiu a ferimentos (Foto: Reprodução)  A estudante Rayane Lopes, de apenas 10 anos, e outras quatro pessoas morreram, na madrugada deste domingo (28), durante uma festa junina que terminou com outras sete pessoas feridas no condomínio Jamaica, em Anchieta, na zona norte do Rio de Janeiro. Segundo o jornal carioca Extra, o pai da criança é um dos feridos. Ele foi transferido para um Hospital Municipal Souza Aguiar, foi operado e está em estado estável.

A polícia informou que 12 pessoas baleadas deram entrada na UPA de Ricardo de Albuquerque, mas quatro não resistiram. Policiais do Batalhão de Irajá foram acionados para a unidade de saúde. Segundo as primeiras informações, homens que estavam em um carro passaram atirando em direção à festa.

Ainda de acordo com o Extra, os relatos dão conta de que as vítimas estavam participando da festa junina organizada por moradores do condomínio Jamaica, próximo à comunidade Az de Ouro, quando, por volta das 2h, quatro homens armados em um carro preto efetuaram vários disparos em direção aos convidados. Ainda segundo os relatos, esses homens seriam do Complexo do Chapadão.

Além da criança, as outras vítimas são Yuri Lima Vieira e Yan Lucas Soares Gomes, ambos de 23 anos, Josué de Oliveira Xavier, de 20, que, segundo a Secretaria estadual da Saúde, já chegaram mortos à unidade.

Antônio Marcos Barcelos Pereira Júnior, 22, chegou a ser transferido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas morreu pela manhã.

Para Luís Otávio Franco, delegado adjunto do Grupo Especializado em Local de Crime (Gelc) da Delegacia de Homicídios (DH), uma das hipóteses é a guerra de tráfico na região. "Está sendo ventilada essa hipótese. Perto do local fica a comunidade Az de Ouro, dominada por uma facção. Um pouco mais distante, fica o Chapadão, dominado por outra. Moradores do local acreditam nessa linha. Certamente, essa será uma das linhas da investigação", afirmou ao jornal Extra.

Um áudio de um suposto morador diz que o crime era tragédia uma anunciada. "O negócio ficou feio. Tive que voltar de marcha à ré. Ali era uma tragedia anunciada. Esses malucos ficam mandando recadinho para os moleques do outro lado, falando que vão invadir, matar, fazer e acontecer. Aí faz festinha junina e fica todo mundo ali desguarnecido, sem uma peça, sem nada. Quem acaba sofrendo é quem não tem nada a ver. Vai fazer o que ali? Ali não é uma festa familiar, a verdade é essa. Quem conhece ali sabe o que estou falando. Está no lugar errado e na hora errada. A garotinha de dez anos tomou tiro no peito e morreu".

Em nota, a Polícia Civil informou que a "Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) instaurou inquérito para apurar as circunstâncias em que quatro pessoas morreram e oito ficaram feridas na madrugada deste domingo, em Anchieta. Diligências estão sendo realizadas e a investigação está em andamento".