Chapada Diamantina enfrenta 16 horas de chuva

Previsão é de mau tempo até o domingo (9)

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  • Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2018 às 15:23

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arquivo CORREIO

Os moradores do município de Palmeiras, na Chapada Diamantina, levaram um susto no final da tarde de quarta-feira (5). O tempo fechou, uma chuva forte caiu por volta das 16h e seguiu até as 8h desta quinta-feira (6), com alguns momentos de interrupção. A cidade foi uma das atingidas pelo mau tempo previsto pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).

Segundo a secretária de Governo e responsável pela Defesa Civil de Palmeiras, Albani Sales, a chuva causou alguns estragos na cidade e alagamentos na zona rural. O mau tempo provocou também goteiras nos prédios públicos e alterou a rotina dos servidores.“A luz caiu quando começou o temporal e ficamos sem internet, por isso, os servidores foram liberados mais cedo que o normal. A chuva alagou alguns órgãos e foi preciso fazer a limpeza antes de iniciar os trabalhos nesta quinta. O expediente começa às 8h, mas hoje começamos por volta das 9h30”, contou.A secretária informou que o estrago não foi maior porque há alguns meses a prefeitura fez a limpeza do córrego que corta a cidade. Em março, ele transbordou durante um temporal, destruiu ruas e invadiu casas. O tempo está nublado no município, nesta quinta-feira, e a previsão é de mais chuvas nas próximas 24h. “Foi uma surpresa porque, geralmente, ela vem no final do mês, não no começo”, disse.

Alerta Máximo Em boletim emitido na quarta-feira (5), o Inema informou que a Chapada Diamantina, além do Recôncavo e Sul da Bahia e outras localidades do Centro-Leste, enfrentariam "chuvas intensas, além de trovoadas e rajadas de vento". O órgão afirmou que havia uma situação de "alerta máximo" para 149 localidades, incluindo essas regiões.

Por meio de seu perfil no Twitter, nesta quinta-feira (6), o governador Rui Costa disse que, apesar do aviso, não há motivo para pânico. "Pessoal, cuidado com o pânico no zap [WhatsApp]. Os boletins do Inema, como o que tem circulado muito hoje, são normais. O alerta mais forte serve para evitar imprudência e cuidados em áreas de risco. Vamos ficar atentos, mas não vamos espalhar medos infundados na população, ok?", afirmou Rui.

Em outro post, na mesma rede social, o governador continua: "O alerta do Inema usa informações de estações meteorológicas e avalia probabilidades de ocorrência de #chuvas. Em determinadas regiões que apresentem risco, o órgão orienta atenção maior para a Defesa Civil. Sejamos responsáveis com as informações que divulgamos", comentou, em referência à disseminação do informe.

Interior A região da Chapada Diamantina foi uma das mais atingidas, segundo o Inema. A cidade de Lajedinho foi a mais castigada, com 73 mm de chuva entre esta quarta e quinta-feira. Em seguida, Nova Redenção (57 mm), Itaetê (52.4 mm) e Lençóis (49.4 mm). Os outros municípios ficaram abaixo de 40 mm.

O Oeste também registrou muita água. São Desidério tem dois postos de observação. Em um deles foram contabilizados 150 mm e no outro 80,4 mm. Correntina e Barreiras também aparecem no topo da lista, com 78 mm e 63,2 mm, respectivamente.

No Nordeste, o destaque foi para Cansanção (61,4 mm) e Jacobina (49,8 mm). No Norte, a cidade mais atingida foi Ibipeba (44,2 mm). No Recôncavo, Camaçari (63,6 mm) e Santa Terezinha (54,2 mm) foram as mais castigadas. Os moradores de Cachoeira contaram que estão amargando o tempo abafado.

Segundo a dona de casa Maria Anunciação Lima, 45 anos, choveu no último final de semana, mas não foi suficiente para diminuir a temperatura. “Os dias estão nublados, mas continua aquele mormaço. O sol abriu hoje, mas o céu está carregado de nuvens. Vai chover mais tarde”, afirmou.

Vitória da Conquista (50,8 mm) foi a única cidade do Sudoeste que registrou mais de 25 mm de chuva. O destaque do São Francisco foi Paratinga (35,8 mm). A região Sul foi a menos atingida nas últimas 24h, com Iguatinga registrando 31,4 mm.

Em Ilhéus, houve alagamentos e algumas famílias ficaram desabrigadas. Apesar dos transtornos provocados pelo acúmulo de águas dos últimos dias, de ontem para hoje a cidade teve apenas 8,8 mm. Bem diferente da terça-feira (4), quando o munícipio registrou 41 mm de água.

Tempo O mau tempo é consequência da atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) que surge na Amazônia e segue do Norte para o Nordeste do país. Este ano as chuvas começaram a se intensificar a partir do dia 25 de novembro e deve continuar até o domingo (9), com mais aberturas na sexta (7) e no sábado (8).

A meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Cláudia Valéria, contou que, apesar dos transtornos, as chuvas estão dentro da normalidade e que nesta época é comum grandes volumes em poucas horas.

“Ela está bem distribuída pelo interior do estado. As regiões Oeste, Chapada Diamantina, Sul e Nordeste foram as mais atingidas. A previsão é  que aconteça abertura no tempo nos próximos dias e que as chuvas retornem a partir de domingo”, disse.

Em Itajuípe, cidade também no Sul do estado, a chuva fez o rio Cachoeira transbordar e inundar uma praça.

Capital Em Salvador, a Defesa Civil (Codesal) informou que a previsão é de pancadas de chuvas fracas em áreas isoladas a qualquer momento. O mau tempo também está relacionado à atuação da ZCAS e não deve provocar alagamentos nem deslizamento de terra.

A previsão para sexta (7) e sábado (8) é a mesma, céu parcialmente nublado com poucas possibilidades de chuvas e sem risco de alagamentos ou deslizamentos de terra. O mau tempo deve reaparecer no domingo (9), mas de forma fraca e moderada. A ZCAS voltará a atuar sobre a capital e o Recôncavo e, por isso, existe risco de regiões ficarem alagadas e de ocorreram deslizamentos de terra.