China faz represamento de insumos e põe em risco vacinas do Butantan e da Fiocruz

Instituto paulista tem estoque de insumos suficientes para produção apenas até o fim do mês

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  • Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2021 às 12:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: AFP

O Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz, principais centros de vacinas do país, ligaram o sinal de alerta por conta do represamento de insumos para fármacos promovidos pelo governo da China.

Princípio ativo da Coronavac, o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) em estoque no Butantan é suficiente apenas para a formulação e envase até o final do mês de janeiro.

Já no Rio de Janeiro, a situação é ainda pior: a Fundação Oswaldo Cruz sequer recebeu os insumos para a produção da vacina da AstraZeneca/Universidade de Oxford, que são aguardados desde o fim de 2020.

Cerca de 11 mil litros de IFA chegariam a São Paulo neste mês, que possibilitariam a fabricação de 18,3 milhões de doses da Coronavac. No entanto, a carga está parada no aeroporto de Pequim, aguardando liberação diplomáticas entre o estado de São Paulo e o país asiático.

Hoje, há cerca de 6 milhões de doses da Coronavac no Butantan, que tiveram sua distribuição iniciada neste domingo. Destas, ainda é necessário rotular 1,5 milhão. Até 31 de janeiro, há insumos para mais 4,8 milhões de doses da vacina.

O contrato do Governo de São Paulo com a Sinovac, fabricante da vacina, é de quase meio bilhão de reais e prevê 46 milhões de doses até abril. Já o contrato da Fiocruz é de 100,4 milhões de doses por um valor de R$ 1,9 bilhão, pago pelo governo federal. 

A Embaixada da China no Brasil não se posicionou publicamente sobre o ocorrido, tampouco sabe-se soluções para os problemas apresentados.