Chuvas castigam Minas e causam tragédias

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 15 de janeiro de 2022 às 05:00

- Atualizado há 10 meses

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Toda a devastação que as chuvas causaram na Bahia em dezembro ganharam mais força ainda ao se ‘moverem’ para a vizinha Minas Gerais. Com um relevo acidentado, diversas barragens de rejeitos de minério e 436 municípios e cinco milhões a mais de habitantes, o estado mineiro viveu uma semana caótica, em que, ao mesmo tempo, centenas tiveram que deixar suas casas e outras centenas não podiam sair de seus lares. A semana já começou com 10 mortos por conta do desabamento de uma  falésia nos cânions do Lago de Furnas, em Capitólio. Apesar de ainda não ser clara, a influência das fortes chuvas na erosão da rocha é apontada como um dos motivos para o desabamento, que atingiu quatro lanchas. Todos os mortos estavam na mesma embarcação e incluem o piloto e famílias.  Outra família, de três adultos e duas crianças, morreu quando o carro em que estavam foi soterrado em Brumadinho, mesma cidade onde há três anos 270 pessoas morreram por conta do rompimento de uma barragem. A família estava trafegando numa estrada quando a lama trazida por um deslizamento atingiu o veículo, que foi encontrado 400 metros distante da via. Em Ouro Preto, um deslizamento de terra do Morro da Forca destruiu um casarão do século XIX na quinta-feira (13). O Solar Baeta Neves era protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As construções tinham características neocoloniais e ecléticas. Ninguém ficou ferido.

Segundo os dados da Defesa Civil de Minas, as cidades em situação de emergência chegam a 376, com cerca de 40 mil desabrigados e desalojados e 25 mortos (sem contar os 10 de Capitólio).

Lavagem do Bonfim sem festa - mas nem para todos A segunda quinta-feira do ano é sagrada para boa parte dos baianos. É o dia da Lavagem do Bonfim, uma festa que mistura peregrinação, festa, religião e devoção. No entanto, pelo segundo ano consecutivo, por conta da pandemia, não houve festa na capital baiana. Ao menos para boa parte daqueles que costumam curtir a Lavagem. Enquanto as vítimas da covid eram homenageadas com coroas de flores e orações na Colina Sagrada, e recebiam orações e aplausos, no Terminal Marítimo, uma festa privada gerou aglomeração e recebeu críticas nas redes sociais. Tudo por conta do aumento de contaminações pela variante Ômicron do coronavírus em todo o país.  Na Igreja do Senhor do Bonfim, não houve missa tampouco procissão com a imagem do santo, com aconteceu no ano passado. Ainda assim, a Colina Sagrada recebeu muitas pessoas. gente agradecendo por graças alcançadas e pedindo dias melhores em 2022. “Quem perdeu um ente querido ou conhece alguém que está passando por essa dor, é preciso dizer para não perder a esperança e a confiança em Deus”, afirmou padre Edson Menezes, reitor da Basílica.

Vacinação infantil A vacinação infantil, enfim, começou no Brasil na sexta-feira (14). Ao longo da semana, o discurso do ministro da Saúde Marcelo Queiroga mostrou-se diferente daquele do final de dezembro. "As vacinas da covid foram desenvolvidas em tempo recorde. Isso é fruto do esforço da ciência dos pesquisadores e da indústria farmacêutica. Assistimos, nos últimos seis meses, a uma queda significativa de óbitos, fruto da vacinação", afirmou. Ainda assim, batendo de frente com o ministério, boa parte dos governadores não irá exigir o termo de autorização para vacinação de crianças. Decreto aumenta restrições Com os casos de covid voltando a explodir no país e na Bahia, o governador Rui Costa, na última terça-feira, atualizou o decreto estadual que normatiza eventos com público e medidas de contenção do coronavírus no estado. Rui reduziu o público de  eventos de 5 mil para 3 mil pessoas, com, no máximo, 50% da capacidade dos locais. Com isso, muitas festas e shows marcados  acabaram sendo cancelados na capital, como, por exemplo, o Salvador Folia, que seria realizado entre 24 e 27 de fevereiro. O decreto também determinou que o acesso a bares e restaurantes só poderá ser feito mediante comprovação do ciclo de vacinação.  

Reino Unido em crise Desta vez, o Reino Unido conseguiu ter duas crises simultaneamente na realeza e no governo. O primeiro-ministro Boris Johnson pediu desculpas por realizar e participar de festas particulares em maio de 2020, em pleno lockdown no país, e na véspera do funeral do príncipe Phillip, em abril de 2021. Já outro príncipe, Andrew, teve removida uma série de títulos militares e patrocínios reais. A decisão veio na esteira do prosseguimento de um processo por abuso sexual na Justiça dos Estados Unidos.

***'A gente poderia ter motivos para comemorar, porque pela primeira vez a gente chega a número tão elevado de famílias beneficiadas. Mas esses números mostram o quanto nossa cidade empobreceu, o quanto as famílias estão passando dificuldade' Bruno Reis Prefeito de Salvador, sobre as 228 mil pessoas cadastradas para receber o Auxílio Brasil na capital