'Clara medida de intimidação', diz Bolsonaro sobre vazamento de dados

Contas no Twitter supostamente pertencentes ao grupo hacker Anonymous Brasil publicaram dados pessoais do presidente, familiares, ministros e aliados do governo federal

  • D
  • Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2020 às 14:56

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arquivo/Agência Brasil

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), postou nesta terça-feira (2) em seu perfil de Facebook que o vazamento de seus dados por hackers é uma "clara medida de intimidação". Ele ainda disse que medidas legais estão sendo tomadas, referindo-se ao inquérito policial que será aberto para investigar o caso.

Nesta segunda-feira (1º), contas no Twitter supostamente pertencentes ao grupo hacker Anonymous Brasil publicaram dados pessoais do presidente, familiares, ministros e aliados do governo federal. Os filhos do chefe do Executivo Carlos, Eduardo e Flávio, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, tiveram seus dados divulgados pelo grupo. Além deles, o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP) foi atingido.

"Em clara medida de intimidação o movimento hacktivista "Anonymous Brasil" divulgou, em conta do Twitter, dados do Presidente da República e familiares. Medidas legais estão em andamento, para que tais crimes, não passem impunes", escreveu.

O ministro da Justiça, André Mendonça, informou à blogueira Carla Araújo, do site Uol, que já determinou que seja instaurado um inquérito policial para apurar os vazamentos. Às 12h08, o ministro usou o Twitter para confirmar a informação e disse que determinou à Polícia Federal "abertura de inquérito para investigar vazamento de informações pessoais do presidente Jair Bolsonaro, seus familiares e demais autoridades".

O Anonymous foi criado em 2003. O grupo atua em outros países e ressurgiu no último domingo, após desdobramentos do caso de George Floyd, homem negro assassinado durante uma abordagem policial nos Estados Unidos. Em vídeo, a organização ameaça expor "muitos crimes" cometidos pela polícia em todo o mundo.Quem teve dados expostos: - Jair Bolsonaro (sem partido), presidente da República - Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), vereador - Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deputado federal - Flávio Bolsonaro (Republicanos), senador - Abraham Weintraub, ministro da educação - Damares Alves, ministra da mulher, família e direitos humanos - Douglas Garcia (PSL-SP), deputado estadualQuais dados foram expostos: Informações como e-mails, telefones, endereços, perfil de crédito, renda, nomes de familiares e bens declarados.

Um dos perfis publicou imagens que alega retratarem a lista de bens declarados por Bolsonaro, com valor idêntico à declaração apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de R$ 2.286.779,48, e até uma suposta fatura de posto de gasolina em nome do presidente no valor de R$ 56.160,00, com data de fevereiro deste ano e endereço de cobrança no seu endereço residencial na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. O número do CPF do presidente também foi exposto.