Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Paulo Leandro
Publicado em 12 de maio de 2021 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
Está cientificamente demonstrada a troca de passes entre representação simbólica e fenômeno, um polo retroalimentando o outro, como no caso dos contos e crônicas sobre o clássico Ba-Vi, tema de mais novo livro para a estante do torcedor baiano, em fase de pré-lançamento.>
O momento não poderia ser mais oportuno, em razão de nosso principal par de opostos passar por um contexto de não-ser, dele nada podendo-se afirmar dentro de campo, por ter o Bahia distanciado-se do coirmão, ao retomar posse segura do cetro de nosso Bretão.>
‘BaVi tem muita história’ é como foi batizado o craque da base da biblioteca, cujo crescimento vem unindo, aristotelicamente, substâncias a predicados, em acordo com interesse da universidade brasileira por futebol, considerado como maior manifestação cultural do país.>
É pela via da palavra entrosada, da criatividade das letras, portanto, a migração do território quadrilátero verde, para outra figura mágica, a do livro, gestado e parido pela editora Mondrongo, graças à presença de dois sábios, Gustavo Felicíssimo e Rodrigo Melo.>
Quis a décima musa, inspirar a dupla a escalar para uma das orelhas, a beleza e o apuro do texto de Florisvaldo Mattos, simplesmente Flori, amado em sincera phylia por todos aqueles capazes de nele ver deus olimpo-baiano primordial da poesia, do jornalismo e do magistério.>
No duelo de orelhas, o xangô rubro-negro será parada dura para o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, a quem cabe buscar o impossível empate, com o olhar tricolor quatro vezes campeão do Nordeste, rumo aos 50 títulos estaduais e à terceira estrela nacional.>
Com previsão de lançamento para a primeira quinzena de junho, o caçula literário das torcidas baianas convoca seleção comparável as de Aymoré, Saldanha e Telê, revelando celeiro de craques da terra de Amado, Gil e Ubaldo, entre outros gênios de nossas hábeis meiúcas.>
Os nomes estão na porta do vestiário: Aleilton Fonseca, André Uzeda, Ângela Vilma, Aquilino Paiva, Elieser Cesar, Fernando Caldas, Herculano Neto, João Filho, Luís Pimentel, Marcus Vinícius, Paulo Bono, Ricardo Cury, Rodrigo Melo, Santiago Fontoura e Saulo Dourado.>
Os titulares do auspicioso projeto, um deles não por menos nomeado Felicíssimo, seguiram o canto da caçula de Zeus e Mnemósyne, décima filha, invisível aos dicionários de mitologia, tendo ela revelado a a-létheia (verdade) de organizar a divinal coletânea.>
Trata-se de proposta harmoniosa, ao corte do métron, a justa medida, dedicando à publicação aquela porção dada por mérito pela graça da anima (alma), quem sabe relacionada a arkai, a origem de tudo, a qual o logos representa, como uno de onde parte a multiplicidade.>
Encaixada no kosmo, para deleite das divindades, a edição fluiu (panta rhei) como fruto inseparável da eterna árvore do ser (panta hén), restando a Santiago Fontoura o privilégio de praticar a aisthetiké no belíssimo projeto gráfico, além da honra de revisão textual.>
Já está marcada na folhinha do armazém Osvaldo Pontes, da Rua das Pedras, saudosa Lençoes, para primeira quinzena de junho, o chuá deste golaço editorial, por ora, de relevância superior ao tema do qual se origina, o pólemos (conflito) entre Ba e Vi, os gigantes siameses.>
Paulo Leandro é jornalista e professor Doutor em Cultura e Sociedade>