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Da Redação
Publicado em 26 de março de 2019 às 18:44
- Atualizado há 2 anos
Para garantir que o consumidor terá uma ceia completa na Semana Santa, que vai de 19 a 21 de abril, sem se sentir lesado, haverá uma fiscalização de pelo menos 15 estabelecimentos, entre feiras, supermercados, shopping e restaurantes, para avaliar se houve grande mudança nos preços.>
A vistoria será realizada pela Codecon (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor), através da Operação Semana Santa, iniciada nesta terça-feira (26). O órgão, ligado à Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), fez um levantamento dos preços dos alimentos vendidos no Mercado do Rio Vermelho nesta tarde. >
Foram visitados todos os quiosques que vendem amendoim, azeite de dendê, de oliva, bacalhau, castanha, feijão fradinho, coco seco, peixes diversos, mariscos, quiabo, coentro e ovos de páscoa - alimentos comuns na Semana Santa. A ideia é fiscalizar se haverá mudança brusca no preço dos alimentos até as datas festivas.>
Nesta quarta-feira (27), de 8h às 14h, a Codecon atuará nas feiras de São Joaquim, Itapuã, Sete Portas e Mercado do Peixe em Água de Meninos. Segundo Roberta Caires, diretora do órgão, o objetivo das visitas é “divulgar dados que contribuem para economia doméstica, munindo o consumidor com informações sobre os locais com valores mais baixos. A ideia é fazer o comparativo de preços, orientando o cidadão”. No levantamento feito nesta terça, no Mercado do Rio Vermelho, o quilo do bacalhau estava custando R$ 89, o do camarão seco R$ 65 e o litro do azeite de dendê a partir de R$10.>
As vantagens das compras antecipadas são consideráveis. Pelo menos é o que garante a administradora hospitalar Maria do Carmo Cruz, 51, que saiu em busca dos itens para a ceia do Domingo de Páscoa já na primeira sexta após o Carnaval."Já tenho tudo. Bacalhau, camarão, peixe vermelho e quiabo cortado no congelador, no ponto para o caruru. Aproveito o preço e, como frequento a Ceasinha (nome antigo do Mercado do Rio Vermelho), sei o preço dos alimentos. Ninguém me engana”, avisou.O pensamento não é compartilhado pela aposentada Terezinha das Virgens, 80, que só comprou açafrão e coco ralado até agora. “É isso que o salário permite comprar. O resto, ainda vou pesquisar bastante”.>
Se os consumidores estão em dúvida entre comprar os produtos agora ou perto da data, os comerciantes do Mercado do Rio Vermelho estão apreensivos. Eles temem queda nas vendas.>
É o caso de José Ferreira de Araújo, 55, peixeiro na barraca Azul do Mar. “Antigamente, era comum que as famílias, entre a Quarta-Feira de Cinzas e a Páscoa, comessem apenas peixe. Tenho 37 anos nesta profissão e as vendagens diminuem a cada ano”, lamentou.>
Já Carlos Ivo Barroso, administrador do stand A Baianíssima, concorda. No entanto, mantém a esperança de que as compras para a Semana Santa equilibrem o orçamento. “A situação está complicada. Hoje eu vendi três reais de farinha no crédito! O dinheiro vivo sumiu”. Foto: Divulgação Como funciona a operação? A Operação Semana Santa terá dois momentos. Na primeira fase, que acontece até a sexta-feira (29), o órgão vai divulgar um comparativo com os preços praticados em anos anteriores, além de pontuar onde as mercadorias estão com preço mais baixo. Os resultados serão anunciados a partir da próxima segunda-feira (1º). >
Também serão visitados os supermercados G. Barbosa, Walmart, Atakarejo, Extra, as lojas de departamento Le Biscuit, Americanas, os shoppings da Bahia, Salvador, Piedade e Lapa, e restaurantes de comida baiana.>
Durante a segunda fase, que vai até o dia 17 de abril, haverá visitação nas grandes feiras livres e supermercados da cidade, verificando o cumprimento das normas do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Será apresentado um comparativo de preços com os resultados da primeira etapa, para que o consumidor saiba o real aumento dos itens.>
Além disso, na segunda fase também serão observadas condições de acondicionamento dos produtos, higiene, se os preços estão condizentes com as etiquetas, se há propaganda enganosa e a qualidade dos ovos de Páscoa. “É muito comum encontrar ovos quebrados e machucados dispostos nas sessões das lojas. Vale lembrar que o produto nessas condições não pode ser ofertado ao consumidor”, alertou a diretora. O consumidor que se sentir lesado pode reclamar através do Fala Salvador, no 156. No ano passado, a Operação Semana Santa visitou 156 estabelecimentos e apenas dois estavam com irregularidades.>
* Colaborou Pedro Oliveira, sob supervisão da subeditora Fernanda Varela>