Codesal registra 228 ocorrências provocadas pela chuva em Salvador

Temporal caiu antes do meio dia e seguiu até o final da tarde

  • D
  • Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2019 às 19:58

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Almiro Lopes/ CORREIO

As previsões já apontavam que o tempo seria instável nesta quinta-feira (11), mas a chuva que caiu em Salvador pegou muita gente de surpresa. O último boletim do dia emitido pela Defesa Civil (Codesal) registrou 228 ocorrências provocadas pelo mau tempo, até às 17h. As ameaças de deslizamento e de desabamento foram os transtornos mais frequentes. Já os alagamentos deixaram parte do trânsito travado.

A casa do serviços gerais André Luís Sena, 26, em São Marcos, fica abaixo do nível da rua e a água invadiu a varanda. Por volta das 12h40 a escada que leva ao imóvel parecia mais uma cachoeira.

“A chuva durou mais ou menos 1h. Minha casa não molhou porque a laje é coberta e tem um ralo para recolher a água que desce pela escada, mas, mesmo assim, ela invadiu a varanda”, contou. Avenida Adhemar de Barros ficou como um rio (Foto: Marina Silva/ CORREIO) Ele não foi o único, segundo a Codesal, as avaliações de imóveis alagados lideraram o número de ocorrências ontem. Foram 52 casos até às 17h. Elas foram seguidas de 43 alagamentos de imóveis, 35 ameaças de deslizamentos, 33 ameaças de desabamentos, 26 deslizamentos de terra, 17 alagamentos de áreas, sete infiltrações, quatro árvores caídas, três árvores ameaçando cair, três orientações técnicas, dois desabamentos parciais, duas ameaças de desabamentos de muros, e um desabamento de muro.

Devido a frente fria que se deslocou da região Sudeste para Salvador, foram registradas chuvas fracas a moderadas em diversas áreas da capital. Os maiores acumulados de chuva em 6 horas foram registrados nos bairros da Federação (72,6mm), Ondina (64,6mm), Vila Picasso (39,6mm), Planalto Real (37,4mm) e Cosme de Faria (36,4mm). Ruas ficaram alagadas (Foto: Almiro Lopes/ CORREIO) Em função de notificação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) de risco alto para deslizamentos e a previsão de continuidade de chuvas moderada para os próximos dias, o Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Salvador (Cemadec) mudou o nível de monitoramento de Observação para Atenção.

A Codesal informou que, apesar dos transtornos, não houve registros de feridos. O órgão permanece de plantão 24h, atendendo às solicitações pelo telefone gratuito 199.

Transtornos O motorista por aplicativo Henrique Damasceno, 25 anos, mora no Uruguai e saiu de casa às 9h30 para trabalhar, mas desistiu de continuar o serviço depois de passar por alguns sufocos. Ele voltou para casa antes das 13h.

“A chuva me pegou quando estava passando pela Calçada, indo para a Barra, e ficou ainda pior na volta. Peguei água na altura da porta do carro na Calçada e no Uruguai. Pensei que meu carro iria parar ou que a água iria invadir o veículo, mas, graças a Deus, consegui passar. Resolvi parar antes que tivesse um prejuízo maior”, contou.  

O Uruguai, na Cidade Baixa, não estava na lista dos bairros mais atingidos pela chuva, segundo os dados da Codesal, mas registrou alagamentos em diversas ruas. Em algumas delas, a enchente invadiu algumas casas. Os bairros de Paripe e Fazenda Coutos I, ambos no Subúrbio Ferroviário, registraram, além de chuva, trovões. Chegar no campus da UFBA, em Ondina, foi complicado (Foto: Marina Silva/ CORREIO) A estudante de letra Vanessa Ramos, 30 anos, estava no campus da Universidade Federal de Bahia (UFBA), em Ondina, e contou que ficou ilhada. A aula terminou por volta das 12h30, mas os alunos precisaram esperar cerca de 1h até a chuva parar e a água baixar para conseguir sair do prédio.

“O estacionamento ficou muito alagado, e vi até um rapaz tirando água de dentro do carro. Acabei chegando atrasada no trabalho. Precisava estar 13h no Itaigara, mas, por causa da chuva, cheguei depois das 14h. Foi muita água”, contou.

Do lado de fora do campus, a Avenida Adhemar de Barros virou um rio. Carros passavam com água na metade dos pneus e não teve sombrinha nem guarda-chuva que protegessem da chuva de acoite. O jeito, foi alguns passageiros se apertarem nos pontos de ônibus ou no comércio mais próximo.

Na Avenida Centenário, na Barra, o alagamento se formou principalmente na região entre o viaduto dos Reis Católicos, que dá acesso ao Canela, e o viaduto da Ladeira do Campo Santos. Era tanta água que alcançava a portas dos carros. Assustados, alguns motoristas desistiram de atravessar.

Na parte de cima dos viadutos o congestionamento se perdia de vista. Já a Rua Afonso Celso, próximo ao Farol da Barra, parecia ter sido invadida pelo mar. A água entrou nos prédios e chegou ao meio da canela dos moradores.  Na Avenida Luís Viana (Paralela) o destaque foi para os congestionamentos, principalmente na região próxima a Ligação Iguatemi Paralela (LIP). A previsão é de que as chuvas persistam nos próximos dias.

Operação Tapa-Buraco Em nota, a Secretaria Municipal de Manutenção (Seman) informou que está mantendo o trabalho ininterrupto da Operação Tapa-Buracos. O objetivo é minimizar o desgaste na pavimentação asfáltica causado pela chuva, ação do tempo e pelo próprio tráfego constante.

“Diariamente, são atendidas 30 localidades, em média, e todos os bairros são alvos da operação, embora o serviço tenha como prioridade as bases de tráfego da capital baiana”, diz a nota.

A quantidade de asfalto utilizada por dia é de aproximadamente 150 toneladas. Só neste ano, de janeiro a fevereiro, foram utilizados 11.380,03 toneladas de massa asfáltica. Nesta semana, as ações aconteceram nas avenidas San Martin, Aliomar Baleeiro, Suburbana, Juntahy Magalhães, e ruas Golan (Alto de Coutos), Bélgica (Paripe), Humberto Machado (Piatã), Vidigal de Freitas Guimarães (Praia do Flamengo), Genaro de Carvalho (Castelo Branco), entre outros.

No total, 30 equipes da Seman estão distribuídas em campo com programação diurna e noturna. A secretaria informou que toma conhecimento de vias esburacadas por meio de uma fiscalização permanente em todo o município. Também existem as demandas das Prefeituras-Bairro, do Fala Salvador (pelo telefone 156) e Ouvidoria Geral do Município (OGM).