Coletivo lança manifesto para auxílio aos trabalhadores do Carnaval de Salvador

Proposta solicita pagamento de quatro parcelas entre março e junho

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  • Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2022 às 21:40

- Atualizado há um ano

. Crédito: (Foto: divulgação)

Um coletivo formado por artistas, músicos e intelectuais apresentaram, na tarde desta quinta-feira (20), um manifesto que visa à criação da Lei Mário Gusmão de auxílio aos profissionais do Carnaval de Salvador 2022 que vão ficar sem trabalhar pelo segundo ano consecutivo devido à pandemia da covid-19. O ato foi realizado na Casa do Olodum, no Pelourinho. 

Entre as propostas apresentadas está o pagamento de ao menos quatro parcelas de R$ 500,00, de março a junho de 2022. Os recursos serão destinados para os trabalhadores do carnaval cadastrados pela Prefeitura de Salvador. O auxílio deve ser partilhado entre o governo do estado e a Prefeitura da capital baiana. 

De acordo com o manifesto, o auxílio deve ter como fontes os recursos financeiros que o governo do estado e o município de Salvador investiriam no Carnaval este ano, um montante aproximado de R$ 130 milhões

Também está em destaque no documento a criação do Fundo de Desenvolvimento do Carnaval de Salvador, que propicie recursos permanentes para o apoio às entidades carnavalescas de caráter popular e comunitário, a exemplo dos Blocos Afros, Afoxés e Blocos de Samba.

Estiveram presentes no ato a deputada federal Lídice da Mata, integrante da Comissão de Cultura da Câmara de Vereadores; o vereador Silvio Humberto, presidente da Comissão de Cultura da Câmara de Vereadores da capital baiana; e presidentes de associações de blocos carnavalescos e de capoeira. 

“Esse é um debate que precisa ser aprofundado. Precisamos entregar esse documento ao prefeito e ao governador”, afirmou Lídice da Mata, que também defendeu a criação do fundo do carnaval para sustentar investimentos de longo prazo. “Temos que discutir como aproveitar esses recursos”. 

O vereador Silvio Humberto afirmou que o setor do carnaval foi extremamente prejudicado nesses dois anos de pandemia. “Foram os primeiros a parar e volta e meia precisam interromper novamente seus trabalhos. Entregaremos esse manifesto ao prefeito Bruno Reis. Somos uma metrópole, mas ainda uma cidade muito pobre, onde o carnaval representa muito para a economia”, declarou. 

O presidente do Afoxé Filhos de Gandhy, Gilsoney Oliveira, criticou as cervejarias e empresas privadas e cobrou apoio às pessoas que trabalham no carnaval. “Eles usam tanto o carnaval para potencializar suas marcas, mas agora precisam ajudar também”, cobrou. Marcelo Gentil, presidente do Olodum, ressaltou que o trabalho do carnaval permite que técnicos de som, baianas de acarajé, ambulantes, cordeiros e músicos tenham renda por cerca de seis meses 

O vereador Silvio Humberto e Cláudio Tinoco vão levar o manifesto ao prefeito Bruno Reis, enquanto os deputados federais Lídice da Mata e João Carlos Bacelar e o estadual Jacob levarão para o governador Rui Costa.