Colombiano é esfaqueado em assalto após jogo na Arena Fonte Nova

Bandidos levaram a câmera fotográfica do turista além de ingressos

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  • Bruno Wendel

Publicado em 16 de junho de 2019 às 08:55

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Bruno Wendel/CORREIO

Um torcedor da Colômbia foi esfaqueado durante um assalto no Centro Histórico de Salvador na noite deste sábado (15). O colombiano Ivan Denian, 30 anos, foi atingido nas costas e foi internado no Hospital Geral do Estado (HGE). O crime foi cometido por dois homens ainda não identificados.

Após a partida entre Argentina e Colombina, na Arena Fonte Nova, pela Copa América, Denian retornava ao hotel, quando foi abordado pelos bandidos da Ladeira da Praça, próximo ao Corpo de Bombeiros. De acordo com informações da polícia, o torcedor foi esfaqueado ao reagir ao assalto. 

O turista deu entrada no HGE às 23h30 de sábado (15). Ele não corre risco de morte. A Delegacia Especial de Proteção ao Turista (Deltur) informou que investiga o roubo.

"Este foi único registro de crime contra turista no domingo. Um caso isolado e que será resolvido com as prisões dos envolvidos", comentou a titular da Deltur, delegada Maritta Souza, em nota enviada pela Secretaria Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). 

A SSP-BA informou que a vítima foi atingida por objeto cortante e teve ferimentos leves. "Ela foi atendida e liberada. Câmeras no local serão analisadas", destacou a secretaria. 

Na fuga, os bandidos levaram da vítima o passaporte, câmera fotográfica e três ingressos para o jogo da Copa América no Maracanã, no Rio de Janeiro. 

Ataque no Carmo E esse não foi um caso isolado de violência contra torcedores colombianos - segundo o comitê de organização da Copa América, eles foram os campeões de compra de igressos para as partidas em Salvador, à frente dos argentinos. 

Um grupo de torcedores colombianos relatou ao CORREIO na manhã deste domingo (16) que foi vítima de um arrastão de ladrões e em seguida de agressão por parte de policiais militares.

Segundo o empresário colombiano Geovani Niglinit, 34, ele e outros torcedores tinham acabado de festejar a vitória da Colômbia na Argentina e retornavam para um hotel na Rua dos Portões do Carmo, que dá acesso à Fundação Casa Jorge Amado, no Pelourinho."Estávamos num grupo de 15 e, quando chegamos na porta do hotel, fomos cercados por cerva de 10 rapazes e começaram a roubar a gente, metendo as mãos no bolsos. Me roubaram R$ 300", contou Geovani.Ao perceberem que os ladrões agiam desarmados, os colombianos, que eram maioria, afirmaram que reagiram e houve uma briga generalizada na porta do hotel. Eles contaram que a Polícia Militar chegou logo em seguida e os bandidos correram."A polícia, sem perguntar nada, foi agredido a gente com socos, chutes. Não respeitaram a gente. Um dos policiais quebrou a minha muleta. Hoje tenho a pior imagem da polícia na Bahia. Esse é o tratamento que a polícia de Salvador dá aos turistas?", questionou o também empresário colombiano Juan Enciso, 29 anos.  Juan afirma que muleta foi quebrada por policiais militares Foto: Almiro Lopes/CORREIO Em sua primeira vez em Salvador, o engenheiro colombiano Victor Manuel, 32, conta que a última quinta-feira (13) no Pelourinho jamais sairá de sua cabeça. Não foi pelo encanto à arquitetura, tampouco pela diversidade de cores e raças. 

Foi a imagem de um menino armado. "Ele nao deveria ter mais do que 15 anos. Estava junto de mais cinco e apontou a arma para mim. Levaram R$ 800, além de meu relógio. Lamentável. Salvador é uma cidade tão bonita, mas não tem segurança", declarou.

A SSP-BA informou ao CORREIO que o registro feito na Deltur da confusão envolvendo os colombianos no Carmo aconteceu após uma briga entre eles. Um dos colombianos, segundo a SSP-BA, chegou a ser conduzido para a delegacia, pois estava com uma faca. Ele assinou um termo circunstanciado, foi ouvido e liberado. A SSP-BA reforçou a informação de que o único registro de roubo registrado na área foi do turista esfaqueado. 

Sobre as alegadas agressões, a SSP-BA informa que os turistas devem procurar uma delegacia e a Corregedoria da Polícia Militar e registrar a ocorrência para que ela seja apurada. 

O CORREIO procurou a embaixada colombiana no Brasil, mas não obteve sucesso.