Colunista diz que não denunciaria estupradores da filha e acaba demitido

Rodrigo Constantino relativizou culpa de homens que cometem esse tipo de crime e deixará a Jovem Pan: 'Vcs venceram uma batalha, parabéns!'; veja o vídeo

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  • Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2020 às 16:23

- Atualizado há um ano

O colunista Rodrigo Constantino não faz mais parte dos quadros da Jovem Pan. Ele mesmo anunciou que foi demitido após "grande pressão" diante de uma fala dele sobre o Caso Mari Ferrer, nesta quarta-feira (4). No comentário, que gerou muitas reações negativas nas redes sociais, ele afirma que não denunciaria possíveis estupradores da sua filha, a depender das “circunstâncias” de como as coisas acontecessem.

A declaração foi dada durante transmissão virtual realizada no canal do colunista no YouTube, quando Constantino comentava a sentença do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) a respeito da violência sexual cointra a promotora de eventos. Ele defendeu que “dá boa educação para que isso não aconteça” com sua filha. “Mas se ela chegar em casa e disser: ‘Fui estuprada’. [Vou pedir para ela] Me dar as circunstâncias”.

“Fui em uma festinha, eu e três amigas, tinham 18 homens, bebemos muito e eu estava ficando com dois caras, e eu acabei dormindo lá e eu fui abusada. Ela vai ficar de castigo feio e eu não vou denunciar um cara desses pra polícia, eu vou dar esporro na minha filha”, disse o colunista sobre uma situação hipotética envolvendo a filha. Assista.

Na tarde desta quarta, no entanto, as reações fizeram a direção da Jovem Pan decidir por seu desligamento, conforme o próprio Constantino anunciou no Twitter."Vcs venceram uma batalha, parabéns! A pressão foi tão grande sobre a Jovem Pan, DISTORCENDO CLARAMENTE MINHA FALA, que não resistiram. Não os culpo. É do jogo. Quem me conhece e quem viu de fato sabe que eu jamais faria apologia ao estupro! Mas desde já estou fora da Jovem Pan", iniciou ele, em seu perfil no Twitter."Sou muito grato por tudo que a Jovem Pan fez, pelo espaço livre, pela confiança. Foi um período de trabalho intenso, muitas conquistas e crescimento", concluiu.

Antes disso, Constantino vinha se defendendo dos ataques, que envolviam também o argumento de que “existe mulher decente ou piranha”. “Não pode falar essas coisas mais hoje em dia. Homem que faz uma coisa dessas não é decente, mas não existe também a ideia de mulher decente? (...) As feministas querem que não. Porque feminista é tudo recalcada, ressentida e, normalmente, mocreia, vadia, odeia homem, odeia união estável, casamento”, foram outras falas do colunista e escritor.