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Wendel de Novais
Publicado em 23 de abril de 2021 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
O Instituto de Cegos da Bahia que, por ano, faz 130 mil atendimentos para pessoas em vulnerabilidade social de toda a Bahia em um serviço realizado através do Sistema Único de Saúde (SUS), mas que não é custeado integralmente pelo governo federal, passa por maus bocados para custear a própria operação. Isso porque a gestão do local estima uma queda de 30% em doações ao longo dos últimos meses. Para se ter uma ideia do problema, em porcentagem, 40% da verba que viabiliza o funcionamento do instituto vem do SUS, enquanto 60% vem de doações da sociedade, uma fonte que tem se esvaziado durante a pandemia de covid-19.>
Quem quiser ajudar, agora, basta fazer um PIX (veja abaixo). O canal de doações surge como esperança para evitar o déficit na arrecadação que compromete uma operação que conta com 60 funcionários e oferece, diariamente, diversos atendimentos para baianos com deficiência visual de todas as faixas etárias. >
São feitos, por exemplo, exames de refração e mapeamento ocular, orientações quanto ao direito dos atendidos a benefícios sociais, atendimento psicológico para os pacientes e para as famílias e até terapias ocupacionais com especialistas para auxiliá-los a desenvolver atividades necessárias mesmo com a limitação visual. >
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Serviço de adaptação>
O instituto também aceita a entrega de alimentos e, em contexto de pandemia, a doação de itens fundamentais como máscaras e álcool em gel. A campanha é reforçada para facilitar a continuidade de um serviço que, por exemplo, ajuda a pequena Stefany Mascarenhas, de 1 ano, que se consulta por lá desde que seus pais descobriram sua deficiência. A mãe Geane Mascarenhas, 29, comenta. “Stefany é acompanhada pela oftalmo e também pela terapeuta. Desde o começo, as atividades aqui fizeram ela melhorar muito. Tanto a percepção dos estímulos visuais como a coordenação motora. Uma avanço grande que a gente deve a esse serviço”, comemora. Stefany realiza exames de rotina no instituto (Foto: Nara Gentil/CORREIO) Outra que tem evoluído com o atendimento no instituto é Priscila Jesus, 34, que vai ao local desde 2018, quando teve um AVC que comprometeu grande parte da sua visão, fazendo com que ela só enxergasse vultos. >
Em fase avançada de adaptação, ela já faz seções de Adaptação à Vida Diária, que a ajudam a executar tarefas comuns do dia a dia como lavar a louça e cozinhar. “A atividade me dá autonomia. Muitas vezes eu me perguntei como ia fazer as coisas após a deficiência e aqui eu ganhei força pra não parar por isso. Na prática, aprendi como adaptar as coisas e continuar fazendo minhas atividades. Lavar louça, mexer com o fogão, microondas. Até a medida certa pra cortar as verduras já reaprendi após começar aqui”, diz Priscila, que foi aprovada recentemente na Escola de Dança da UFBA. Priscila aprende coisas básicas do dia a dia depois de perder maior parte da visão (Nara Gentil/CORREIO) João Gabriel Santos, 7, está no instituto desde quando tinha oito meses e também trilha um caminho de evolução. Sua mãe, Ane Santos, 34, afirma que o filho, que tinha indícios de autismo quando era novo, desenvolveu não só a percepção aos estímulos visuais, mas também a fala e virou uma criança menos retraída. "Sem contar os avanços quanto a visão, que são ótimos, ele é uma criança muito mais comunicativa hoje. Era mais retraído no início e se soltou com as terapias ocupacionais", lembra. E a tese da mãe é comprovada facilmente ao ouvir o pequeno que, ao ser perguntado sobre as atividades no instituto, prontamente afirma que adora. "Aprendo, gosto e me divirto com as coisas que a gente faz aqui", declara. João Gabriel adora a terapia ocupacional que faz no instituto (Foto: Nara Gentil/CORREIO) Doações essenciais >
Além das atividades já citadas, o instituto promove aulas musicais com diversos instrumentos, práticas esportivas e orientações para inserção digital. Ações que, segundo a presidente Heliana Diniz, podem ser ampliadas. "No início do mês, a gente abre pra marcação no dia 1° e, no dia 3, já não tem mais vaga. Há uma fila quilométrica e é frustrante não poder atender todo mundo. Precisamos das doações para poder acolher mais pessoas também", afirma Heliana, que ressalta também a diferença que a oferta gratuita de consultas oftalmológicas pode fazer na vida de alguém que esteja com uma doença que pode o deixar cego. Heliana ressaltou a importância de doações para continuidade de serviços (Foto: Nara Gentil/CORREIO) A afirmação é confirmada por Amilton, presidente da Sociedade de Oftalmologia da Bahia, que informa que 80% dos casos de cegueira e baixa visão são evitáveis e tratáveis se diagnosticados a tempo, salientando a importância da disponibilização em larga escala de atendimento e da ida das pessoas aos oftalmos. "A gente está no abril marrom, quando fazemos a campanha de prevenção à cegueira. É importante reforçar que quanto mais cedo o diagnóstico da maioria das doenças que causam cegueira, melhor. Principalmente, glaucoma, doenças na retina. Porque, quando tratadas no início, a cegueira é evitada", explica.>
Como doar:>
Por Pix - (71) 98817-3193>
Pelo site - www.institutodecegosdabahia.org.br/doeagora>
Telefone para saber como ajudar de outras formas - (71) 3016-8100>
Serviços do institutoConsultas oftalmolõgicas Terapias ccupacionais Atendimentos psicológicos Assistência social Aulas de músicas Aulas de esportes Aulas de inserção digital *Sob supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro>