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Gabriel Amorim
Publicado em 18 de março de 2020 às 18:00
- Atualizado há 2 anos
As portas fechadas das academias não impediram os baianos de se exercitarem. No primeiro dia de cumprimento do decreto que determinou o fechamento dos estabelecimentos na capital, por pelo menos 15 dias, quem não quis deixar de mexer o corpo deixou os aparelhos de lado e escolheu atividades físicas ao ar livre.>
O fechamento foi determinado pela prefeitura como uma das medidas para combater o coronavírus. Na Bahia, já são 18 casos confirmados, sendo 9 deles em Salvador. Apesar disso, o CORREIO viu muita gente curtindo atividades de todos os tipos: da simples corrida na orla da Barra até uma partida de futebol na Ribeira, mesmo não sendo indicado o contato físico, para evitar transmissão da doença. >
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A médica Karine Rocha, 35 anos, foi uma das que mudou os hábitos e levou o exercício para a rua. “Eu geralmente malho na academia do prédio, mas até lá fecharam para cumprir a determinação. Como é bastante importante não deixar de se exercitar, decidi buscar algo ao ar livre. Hoje é o primeiro dia que estou correndo”, diz ela, que optou pela orla da Barra.>
O enfermeiro aposentado Laerte Ribeiro, 55 anos, concorda. “Eu já prefiro me exercitar ao ar livre e agora é a opção mais segura, né? A gente se mantém sem contato com outras pessoas, distante, mas consegue se exercitando”, opina. >
Apesar da importância de manter o corpo em movimento, a médica infectologista e professora da Universidade Federal da Bahia, Jacy Andrade, chama atenção para um cuidado bastante importante. Mesmo ao ar livre, é preciso manter o isolamento social.>
“Se você vai caminhar e encontra outras pessoas, fica perto, conversando, faz uma atividade em grupo, mesmo que ao ar livre, você está quebrando a regra do isolamento, que é bastante importante para que a gente consiga frear a curva de contágio”, explica ela. >
Jacy explica ainda que é preciso manter distância de pelo menos dois metros de distância entre as pessoas. “A gente sabe que atividade física é bastante importante, mas estamos vivendo um momento que altera um pouco as nossas regras sociais e o isolamento é bastante importante”, destaca. >
Mudanças Para quem tem a atividade física como trabalho, a criatividade em momento de isolamento precisou ser ainda maior. O personal trainer Edi Farias, 32 anos, não deixou de dar as aulas, mas tem adaptado os treinos. >
“O baiano tem muito isso do calor humano, de precisar do incentivo no exercício, mas tenho tomado todo cuidado. Uso máscara durante as aulas, evito o contato físico direto, mantenho a distância mínima e higienizo todo material com álcool antes e depois das aulas”, explica o profissional.>
Acostumado a dar aulas em academias de prédios, o personal também inovou para quem não quer sair de casa. “Além de todos os cuidados, eu tenho oferecido a possibilidade de um atendimento online. São treinos ao vivo só que feitos online, à distância, para que a pessoa possa ter o atendimento e acompanhamento sem precisar sair de casa”, explica. O personal trainer Edi Farias mudou vários hábitos para seguir trabalhando (Foto: Marina Silva/CORREIO) Aluno do personal, o advogado Fabrizio Cruz, 50, decidiu não parar as atividades. “Ontem eu nadei e hoje vim fazer esse funcional, mas sempre tomando os cuidados. Sozinho, mantendo distância, evitando contato, mas sem deixar de se exercitar”, conta.>
* Com a orientação da subeditora Clarissa Pacheco >