Com foco em prevenção, Salvador recebe programa de atenção à diabete

Em Fortaleza, programa já reduziu índices glicêmicos de 35% dos pacientes

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  • Thais Borges

Publicado em 23 de abril de 2019 às 13:57

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Eduardo Copque/Divulgação

Imagine um cenário em que até 5% da população tem diabetes tipo 2. Essa é a projeção de especialistas para o Brasil em 2020 – hoje, estima-se que o percentual de pessoas com a doença adquirida fique entre 3,5% e 4,5%. 

Foi pensando na prevenção que o Hapvida Saúde lançou o programa Viver Bem em Salvador, nesta terça-feira (23), com o objetivo de promover mudança de hábitos e práticas de autocuidado com clientes da capital e da Região Metropolitana de Salvador (RMS). 

Na clínica, inaugurada na Rua Rio de Janeiro, na Pituba, os pacientes vão passar por consultas regulares e ser orientados quanto à alimentação e à prática de exercícios físicos. “O programa vai tratar as pessoas com diabetes tipo 2 através da busca ativa. Ao identificar alterações nos exames laboratoriais, vamos convidar os pacientes a participar, mas eles também podem agendar diretamente”, explicou o superintendente da Rede Própria do Hapvida, Anderson Nascimento, ao CORREIO. Essas alterações seriam índices maiores do que as taxas consideradas adequadas nos exames de glicemia e hemoglobina aplicada. A depender do nível de alteração, é possível encontrar indícios, inclusive, de que a pessoa já tenha diabetes. 

Em Salvador, o número de mulheres diagnosticadas com diabetes nos últimos anos tem alertado os médicos. Segundo o Ministério da Saúde, houve um aumento de 45,4% nos diagnósticos entre os anos de 2006 e 2017. 

Orientação O Viver Bem seleciona os pacientes Hapvida maiores de 18 anos residentes em Salvador e região metropolitana que tenham exame de glicemia de jejum acima de 126mg/dL, Glicemia pós-prandial acima de 200mg/dL ou hemoglobina glicada acima de 6,5%. Não há nenhum custo além do valor já pago mensalmente pelos cerca de 500 mil beneficiários na Bahia. 

A primeira consulta é quando ocorre o acolhimento, promovido por uma enfermeira com experiência no atendimento. A profissional é responsável por identificar o histórico pessoal e familiar do paciente, além de fazer o exame físico – com atenção especial ao exame dos pés, visto que uma das complicações da doença é o chamado pé diabético.  Com sintomas como a perda de sensibilidade dos pés, é uma infecção que pode até levar à amputação. 

Em seguida, o paciente é direcionado para atendimento com médico especializado em Medicina de Família, que fará atendimento dirigido ao tratamento do diabetes.“Os médicos, enfermeiros e nutricionistas vão orientar como enfrentar as dificuldades do dia a dia. A orientação nutricional é um dos fatores importantes para o controle da diabetes e sabemos que mudar a vida é difícil, por isso, vamos promover o apoio para as pessoas”, completou o superintendente. O programa, que foi lançado originalmente em Fortaleza (CE) em 2017, já atende 8,5 mil pessoas na capital cearense. De acordo com Nascimento, na cidade, 35% dos pacientes acompanhados em Fortaleza já tiveram índices glicêmicos normalizados.