Com o mundo mais quente, o sertão vai virar deserto

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  • Divo Araújo

Publicado em 28 de julho de 2019 às 07:45

- Atualizado há um ano

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Agora é oficial: há pelo menos dois mil anos, o mundo não atravessa um período tão quente. Essa é a conclusão de dois estudos científicos divulgados esta semana que reconstruíram a evolução das temperaturas médias anuais entre os anos 1 e 2000 da nossa era. Nestes dois milênios houve cinco grandes períodos, três quentes e dois predominantemente frios. Mas, segundo o estudo, os quatro anteriores tiveram um impacto apenas continental ou não se deram em todas as regiões de forma simultânea.

Hoje,  o aquecimento afeta 98% do planeta - e de uma só vez. Para chegar a esse resultado, os dois estudos usaram dados de temperatura compilados de cerca de 700 indicadores, incluindo anéis de crescimento de árvores, núcleos de gelo, sedimentos de lagos e corais, bem como termômetros modernos.  Um dos estudos, publicado na revista Nature Geoscience, conclui que em nenhum momento desde o início da era cristã as temperaturas subiram tão rapidamente e de maneira tão regular como no fim do século XX.  (Foto: Arquivo CORREIO) Até dá para imaginar a gravidade do quadro para o planeta, mas tudo parece tão distante de nós, baianos. Nada mais ilusório. Os  quase nove anos consecutivos de seca nos estados do Nordeste, a Bahia entre eles, são um recorde desde que o volume de chuvas na região começou a ser medido, em 1850. São 1.100 municípios afetados e cerca de 20 milhões de pessoas atingidas pela estiagem. Não custa lembrar que 62% do território baiano está localizado no semiárido.

Num cenário em que o aumento da temperatura mundial passe de 2°C até o fim do século, a tendência é que o semiárido se transforme num grande deserto. E o aquecimento não vai afetar só o sertão. Regiões hoje cobertas por vegetação típica do cerrado, por exemplo, como se observa em parte do Maranhão, do Piauí e da Bahia, podem se tornar caatinga. E até mesmo áreas de Mata Atlântica podem se transformar em semiáridas. 

O que é pior:  o processo de desertificação já vem ocorrendo no semiárido e independentemente das mudanças climáticas. Ela vem a com a retirada da vegetação nativa – a caatinga – sobretudo pelo desmatamento  que avança para abrir espaço para a agricultura, criação de gado, produção de energia e comércio de madeira.  Sem a caatinga, o solo fica exposto e sujeito a erosões quando vem a chuva e entra num processo de degradação extrema.

Pesquisa da Embrapa, publicada em 2016, mostra que a Bahia é o estado com mais municípios com áreas suscetíveis à desertificação – 291 -, seguida pelo Piauí, com 217. O ainda evitável aquecimento global com a sempre degradante mãozinha humana está fazendo que o nosso querido sertão caminhe a passos largos para se transformar numa terra onde “em se plantando nada dá” contrariando nosso primeiro cronista, Pero Vaz de Caminha. 

Para que isso não aconteça, os céticos da mudança climática devem acordar logo para as desastrosas consequências que o aumento da temperatura trará para vida das pessoas, inclusive as do sertão baiano. Como isso parece cada dia mais difícil de ocorrer é  prudente começar a se discutir  mecanismos de adaptação da população nordestina à desertificação. Se nada mudar, o sertão não vai virar mar, muito pelo contrário.

Invasão de hackers expõe vulnerabilidade de dados digitais Em junho de 2013, um escândalo estourou no mundo: os Estados Unidos, através da Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês),  espionaram emails e telefonemas de milhares de pessoas ao redor do mundo, incluindo líderes aliados, como a ex-presidente Dilma Rousseff. 

O governo americano conseguia obter os números e a localização de quem fez ou recebeu a ligação, bem como a duração das chamadas. O esquema foi revelado pelo jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept Brasil, o mesmo das mensagens vazadas de Sergio Moro. À época,  Greenwald teve ajuda de Edward Snowden, um funcionário da NSA que já teve a história contada no cinema.

Para espionar essa informação, a Agência de Segurança Nacional dos Estados contava com tecnologia de ponta mundial e os melhores profissionais do ramo. Já os  hackers brasileiros não precisaram muito para acessar os dados de quase mil autoridades no país. 

Por meio de um programa, o hacker clonava um determinado número de celular e solicitava ao Telegram que enviasse um código de acesso por telefone. Uma série de ligações era efetuada para o telefone do alvo, fazendo com que ficasse ocupado e a ligação do Telegram com o código caísse direto na caixa postal.  O hacker, então, fazia uma ligação do número clonado para o mesmo número, o que permitia que a caixa postal fosse acessada sem a necessidade de senha. Com o código, o Telegram dos alvos era invadido. 

As vulnerabilidades expostas pela invasão dos celulares  chamaram atenção às questões relacionadas aos meios digitais. Hoje, a proteção dos dados pessoais de usuários está na mão de empresas, assim como a segurança das informações que transitam por aplicativos de mensagens. 

Esses dois pontos são tratados na nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD),  que deverá entrar em vigor em agosto de 2020. Se já estivesse em vigor, a lei obrigaria as operadoras de telefonia a comunicar os usuários que tiveram a caixa postal violada para a obtenção do código de acesso ao Telegram.

Força das ondas provoca estragos em Salvador e litoral norte A força das ondas e a agressividade do mar, durante toda essa semana, provocaram estragos em Salvador e no litoral norte e assustaram até mesmo pescadores. “Nunca aqui em Salvador o mar esteve tão violento. A ondulação está muito grande”, contou o pescador Arivaldo de Sousa Santana, presidente da Colônia de Itapuã. Ele está há semanas sem entrar no mar.  Em Arembepe, por exemplo, ondas de cerca de quatro metros atingiram quatro restaurantes e outras 11 casas.  (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Frase"Até porque ele é casado com outro homem, e tem meninos adotados no Brasil. Tá certo? Malandro, malandro, pra evitar um problema desse, casa com outro malandro, ou não casa, e adota criança no Brasil. É um problema que nós temos... Ele não vai embora. O Glenn pode ficar tranquilo. Talvez ele pegue uma cana, aqui, no Brasil" , Jair Bolsonaro. O presidente afirmou que o jornalista Glenn Greenwald ‘talvez pegue uma cana no Brasil’. Ele fez a afirmação após ser questionado sobre a portaria publicada recentemente por Sergio Moro permitindo a deportação sumária de estrangeirosCombinação explosiva Os soteropolitanos bebem muito, não consomem frutas e hortaliças  e se exercitam pouco.  Pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, do Ministério da Saúde, mostrou  que 32% dos homens e 17% das mulheres de Salvador  consomem álcool de forma abusiva.  Tudo isso mostra o quanto estamos negligenciando a saúde. De acordo com a OMS, o  consumo alimentar inadequado, inatividade física,  consumo excessivo de áloccol  e   tabagismo  respondem pela  maioria das mortes por doenças crônicas não transmissíveis. Uma combinação explosiva.

Saques do FGTS O governo federal publicou esta semana uma medida provisória com mudanças nas regras de saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e do PIS/Pasep. Os saques de contas ativas e inativas do FGTS vão ser liberados a partir de setembro até março de 2020, no limite de até R$ 500 para cada conta. Haverá também o Saque-Aniversário, mas isso a partir de 2020.

Perigo no litoral A brutalidade do assalto sofrido pela velejadora carioca Maria Augusta Favarato chamou a atenção para o risco de navegar nas águas baianas. Ela estava com seu marido no  catamarã Guruçá quando a embarcação foi invadida por ‘piratas’ em canoas numa praia de Maraú, Baixo Sul baiano. Ela foi amarrada e agredida  com murros até os criminosos fugirem levando R$ 1.200. (Foto: Acervo Pessoal)