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Vinicius Harfush
Publicado em 14 de maio de 2019 às 06:08
- Atualizado há 2 anos
Os jogos de videogames ganharam fama em diferentes modelos e plataformas. Se antes eles se limitavam a aparelhos bem quadrados e que funcionavam ligados à tomada, agora o conceito do game mobile chega mais forte do que nunca. Mas essa mobilidade não surgiu apenas com os celulares, já que os gameboys e modelos como o Nitendo DS e o PSP já traziam essa concepção ambulante.>
E o que diferencia esses videogames dos jogos baixados nos celulares? Segundo o pesquisador em comunicação e game designer, Felipe Barros, 31, conhecido como Totoro, a marca dessa transição está atrelada às novas formas de monetização, ou seja, à expansão da tecnologia portátil dos celulares e como isso abriu espaço para novos modelos de entretenimento."A grande popularidade da mídia (celulares) e a capacidade cada vez maior de aportar jogos com certa complexidade, bem como a percepção de modelos de negócio altamente rentáveis, favoreceu uma expansão da produção de jogos para celulares", diz Felipe Totoro. O movimento, que começou na década de 80, com modelos lançados pela Nintendo, agora é muito popular e vem se aperfeiçoando com jogos mais complexos. “A tecnologia exige apenas que se processe em uma unidade de computador, e se projete numa tela o resultado, oferecendo algum tipo de interface (controle) para que o jogador possa explorar o jogo”, afirma Totoro. >
Ele lembra que os celulares foram se tornando um item indispensável, impulsionado o surgimento de uma pluralidade de modelos de jogos específicos, que tentam explorar as capacidades do aparelho.>
Na tentativa de ampliar ainda a pluralidade virtual, grandes grupos investem alto na produção de jogos. Enquanto empresas como a Sony e a Microsoft, desenvolvedoras das plataformas PlayStation e Xbox, respectivamente, procuram produzir games cada vez mais realistas e que valorizem seus modelos, a Apple e o Google não se preocupam tanto com os detalhes. Afinal, os celulares ainda não têm os jogos como função primordial.>
É como se as lojas virtuais funcionassem como um bônus para o usuário. “Não é preciso de um motivo para que as pessoas os comprem, ou melhor, acessem os jogos. Não é o foco de um celular”, completa Totoro. My Talking Tom foi um dos jogos mais baixados da Play Store (Foto: Reprodução) Dinamismo A outra questão que afasta essas plataformas, quando se fala do design, é o hardware (o próprio aparelho), como aponta Filipe Pereira, 33, que também é game designer: “Os celulares têm uma capacidade inferior de reprodução em relação a computadores e outros consoles”.>
Mas isso não significa que os jogos mobile tenham um qualidade inferior. “Temos jogos para celular que têm uma profundidade mecânica, de narrativa ou até um diferencial artístico”, completa Pereira.>
Mas os grandes sucessos de download nas plataformas de celular seguem um padrão diferente. Com uma temática mais dinâmica e fluída, jogos como Candy Crush, Subway Surfers e Angry Birds caíram no gosto da galera. Jogar enquanto se está esperando o ônibus, metrô, ou até em casa se tornaram hábitos comuns.>
O vício imersivo pode ser explicado pelo fato desses games se adaptarem melhor à nossa realidade. “O recurso tecnológico dessa mobilidade passa a ser cada vez mais integrado à pratica cotidiana. Os aplicativos, calculadoras, todo o tipo de recurso que a gente utilize no celular é fruto da influência dessa dinâmica. O jogo se adaptou a essa nova forma de interagir com a tecnologia”, avalia Filipe Pereira."Toda escolha de um produto é pensada levando em consideração o público alvo. O ideal é que todas essas produções sejam pensadas focando no seu público alvo. É uma necessidade", Filipe Pereira, sobre os jogos adaptados aos usuários. E, de fato, vem se tornando cada vez mais difícil se prender a um único modelo. O apego ao celular, e consequentemente aos jogos, está relacionado à falta de tempo. Como aconteceu com o estudante Rafael Vital, 19, que desde sempre foi amante dos games, mas se aproximou dos videogames inseridos no celular justamente por conta da sua rotina.>
“Em minhas lembranças eu sempre tive contato com jogos de alguma forma. E os de celular se tornaram mais presentes em minha vida, principalmente quando eu fui crescendo e ficando com menos tempo, a facilidade dos jogos corrobora pra isso”, conta Rafael, que leva muito a sério esse papo de game. Rafael é estudante do curso tecnológico de Jogos Digitais, na Uneb."O mercado de jogos pra celular é um mercado extremamente competitivo e os jogos que acabam fazendo sucesso são os que sabem chamar atenção. Apesar de o público adulto ser o verdadeiro detentor da plataforma, o público alvo da maioria dos jogos é o público jovem mesmo, que tem mais tempo e disposição para se envolver com a mídia", opina Rafael Vital. Seja pelos consoles mais tradicionais, ou pela tecnologia móvel que acompanha cada passo dos usuários, os games vão ter sempre o poder de conectar os indivíduos de um lado da tela, para outro totalmente imersivo e, de certa forma, fictício. >
Futuro E se os aplicativos e jogos conhecidos pelo público já surgiram com esse grande poder de imersão, o que falar das versões pouco projetadas no imaginário das pessoas? A realidade virtual e realidade aumentada já fazem parte do cotidiano e cada vez mais vêm se inserindo nos modelos de entretenimento.>
O grande exemplo é o game Pokémon Go!, lançado em 2016. Com a capacidade de trazer o universo fictício do desenho animado para cenas do cotidiano, o game virou febre e foi baixado mais de 500 milhões de vezes ao redor do mundo. O jogo coloca na câmera do celular a reprodução dos personagens (Foto: Reprodução) Os jogadores agora têm a capacidade de olhar para tela do seu celular e enxergar a sua sala, seu quarto, mas não da forma mais comum. A projeção das criaturinhas na tela torna o jogo ainda mais interativo, desafiando os usuários a capturarem elas. “Acho que no futuro boa parte do que a gente vai usar vais e baseado nos sistemas interativos, e a tecnologia do jogo vai ser muito útil pra o desenvolvimento dessas áreas”, afirmou Filipe Pereira. >
Mas os avanços não param por aí. O serviço de streaming Stadia caminha por um território pouco conhecido pelo público comum, mas promete revolucionar a forma de se jogar. Como conta Filipe, o canal segue os rumos da Netflix e Amazon Prime, oferecendo uma grande quantidade de material para ser usada pelos assinantes. Ao invés de filmes e séries, o Stadia vai dar ao público a chance de escolher qual game ele quer jogar. Basta assinar e curtir o videogame. >
Confira cinco games para celular que bombaram>
Angry Birds: Com o intuito de quebrar caixas e derrotar os porcos verdes, os pássaros coloridos conquistaram o público rapidamente. Lançado em 2009, o game tem uma jogabilidade muito simples, atraindo público de várias idadesMy Talking Tom: É só falar que o Tom repete. Sem segredos, o jogo agradou principalmente as crianças e se tornou um dos mais baixados na história da Play StoreCandy Crush: A saga dos doces foi motivo de vício para muita gente. Além da dificuldade crescente, as centenas de fases prendiam e desafiavam quem jogavaPokemon Go: Um jogo que fala sobre o futuro. Realidade e ficção se misturam e permite que o gamer se torne um verdadeiro mestre pokémon, caçando as criaturas até mesmo na sala de televisãoFortnite: Febre nos consoles mais tradicionais, como as plataformas PlayStatio e Xbox, o game ganhou uma versão mobile na Apple Store e continuou como protagonista. Segundo foi divulgado pela própria Apple, o jogo foi o mais baixado no ano de 2018. >
*com orientação da editora Ana Cristina Pereira>