Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Priscila Natividade
Publicado em 23 de fevereiro de 2020 às 17:01
- Atualizado há 2 anos
O governador Rui Costa (PT) voltou a comentar o caso envolvendo a morte do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, no município de Esplanada, na Bahia, no último dia 9 de fevereiro. Sobre a nova necropsia realizada a pedido da família no Instituto Médico Legal do Rio (IML), na última quinta-feira (20), Rui disse ao CORREIO que confia totalmente no trabalho realizado pelos peritos baianos. >
“O resultado é igual ao nosso. Eu confio no trabalho dos nossos peritos, são concursados de muitos anos e não desse, do governo passado ou do futuro. São profissionais do estado, representam a sociedade. Eu tenho certeza que o trabalho desses profissionais será confirmado por qualquer outro profissional que analisar a situação”, afirmou.>
Segundo o perito particular, Talvane de Moraes, a observação inicial mostra que não há sinais externos de tortura no corpo de Adriano, morto há 14 dias. Ele estava foragido havia um ano e foi baleado por policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) baiano durante um cerco. O resultado conclusivo, porém, depende de exames laboratoriais. Contratado pela família, Moraes levou cerca de quatro horas e meia para fazer a análise que não tem prazo previsto para ser divulgada. >
Peritos da Polícia Civil do Rio de Janeiro e do Ministério Público do Rio de Janeiro também realizaram a nova necropsia, pedida pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA). O presidente Jair Bolsonaro foi mais um a pedir a realização de uma perícia independente da morte do miliciano. O senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, chegou a divulgar um vídeo de uma suposta perícia, que teve, inclusive, sua veracidade questionada por Rui Costa.>
“Quem vai acompanhar isso são os órgãos especializados. Porém, o governador tem que estar muito atento para defender sempre a Bahia e os baianos de qualquer acusação injusta que seja feita”, completou.>
Mudança na abordagem Ainda sobre a atuação da polícia baiana, o governador comentou a mudança de comportamento da PM nas abordagens durante o Carnaval. A orientação é que ao invés da circulação nas vias, a polícia seja mais observadora e só parta para a intervenção quando julgar necessário. >
“De cima do trio de Bell, eu vi muitos homens que ao invés de curtir, namorar, beijar, preferem dar murro e fazer aquela dança com muita energia dando soco um no outro. Nessa situação, a polícia deve decidir se vai intervir ou não. Não é o meu padrão de brincadeira, mas o que está se buscando é um ajuste fino para cada situação”.>
Entre a abordagem na pipoca do pagodeiro Igor Kannário e a da pipoca do cantor Saulo, por exemplo, a decisão final é do comandante de cada pelotão. “Em outras situações não. Tem que intervir. Mas a orientação, evidentemente, que é estar atento e agir toda vez que marginais, malandros queiram agredir, roubar, violentar o cidadão. Esse é o esforço que estamos fazendo”, pontuou. >
Dados do balanço parcial dos três primeiros dias de Carnaval divulgado hoje (23), em coletiva de imprensa pelo Governo do Estado mostram que as lesões corporais reduziram 7,7%. Foram 48 registros feitos este ano contra 52 em 2019. Até ontem (22), não foram registrados casos de homicídios ou tentativas de homicídio nos circuitos Dodô (Barra-Ondina), Osmar (Campo Grande) e Batatinha (Pelourinho). Já os furtos tiveram queda de 20,1%, com 172 ocorrências este ano, enquanto, em 2019, aconteceram 219 registros. >
“A polícia continua como sempre fazendo o seu trabalho. Esse ano, nós temos o uso adicional de tecnologia. Eu recebo mensagem dos dois lados: de um lado, dizendo que a polícia tem que ser mais enérgica, e de outro lado, mensagens de que a polícia seja ser menos enérgica. Evidente que as opiniões se dividem. E o tempo todo, a busca do comando da PM e de cada agrupamento é manter o padrão homogêneo da atuação”, finalizou. >