Confira o gabarito extraoficial do segundo dia do Enem 2018

Genética, combustíveis, eleições e até Minecraft foram temas da prova

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  • Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2018 às 18:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

O gabarito oficial do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deve ser divulgado até 14 de novembro e poderá ser acessado no site enem.inep.gov.br e no aplicativo do Enem. Os Cadernos de Questões de cada dia, e de cada cor, são divulgados em conjunto, nos mesmos locais.

Já a nota oficial, chamada de Boletim de Desempenho, só será divulgado no dia 18 de janeiro de 2019 para os participantes regulares. Os treineiros, que fizeram a prova como forma de autoavaliação, receberão os resultados dois meses depois. A correção da Redação também poderá ser acessada no primeiro semestre de 2019, na Página do Participante, no site do Enem, e no app do Enem.

Enquanto o resultado não sai, o CORREIO divulga, a partir das 18h30, o gabarito extraoficial feito pelo SAS Plataforma de Educação, parceiro do CORREIO no projeto Revisão Enem, que pode ser visto no site https://enem2018.portalsas.com.br/#/.

Avaliação da prova: veja temas abordados O segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018 trouxe questões que abordaram a genética das plantas, o uso de combustíveis em veículos e a teoria das eleições. Neste domingo (11), foram 90 questões de Matemática e Ciências da Natureza - que engloba as disciplinas de Química, Física e Biologia. 

O exame registrou 1.610.681 ausências, o que representou 29,2% do total de 5.513.749 inscritos na edição. O número de abstenções, no entanto, considera as ausências nos dois dias de prova, e por isso só será divulgado após a conferência das atas de todos os locais de prova, dos dois dias do Enem.

Química: prova mais simples Na avaliação de professores de cursinho, a prova estava bem contextualizada com temas do cotidiano e de atualidades. Para Allan Rodrigues, professor do Descomplica, a prova de química teve menos questões de cálculo e foi mais simples do que no ano passado. Allan Rodrigues: prova de química foi mais simples do que em 2017 As duas únicas questões que exigiam contas eram sobre termoquímica. Uma delas envolvia combustíveis fósseis, tema já recorrente no exame, e a outra era relacionada com estequiometria. As poucas questões de cálculo tornaram a prova mais fácil, segundo Rodrigues. "O aluno tem mais tempo nas questões teóricas, isso foi muito bom. As contas que caíram foram mais fáceis, fato que não acontecia na história do Enem. Neste ano, as divisões eram fáceis e perfeitas." 

Caíram outros assuntos recorrentes na prova, como detergente, hidrólise salina e combustível fóssil - nesta, tratava do craqueamento do petróleo. Para o professor, uma questão sobre reação orgânica é uma das que os alunos vão ter mais dificuldades na prova. Para ele, a novidade da prova na disciplina foi uma questão de distribuição eletrônica, que nunca havia caído no Enem. No texto, o tema é relacionado com tabela periódica, também pouco utilizada na prova. "É difícil ter perguntas sobre tabela periódica no Exame, pois não há imagem dela para consulta. Desta vez, não precisava necessariamente consultá-la. Inclusive, foi uma questão muito bem feita", afirma Rodrigues.

Matemática As questões de Matemática e suas Tecnologias foram trabalhosas. Pelo menos de acordo com Ademar Celedônio, diretor de ensino do SAS. Para ele, o exame apresentou um nível de dificuldade mediano. “Havia um número maior de contas, tornando a prova mais cansativa e complexa no desenvolvimento”, analisa.

Os principais temas cobrados foram geometria plana, logaritmos, que apareceu pelo terceiro ano consecutivo, e matrizes. “Essa edição trouxe mais conteúdo de ensino médio, diferente de outros anos cujo foco era fundamental”, pondera. No entanto, a questão 168, da prova cinza, pode ser resolvida por geometria analítica ou círculo de Apolônio. “Essa seria a questão mais difícil, por exigir conhecimentos avançados até chegar a resposta”, conta.

A prova apresentou assuntos do universo jovem para contextualização, como o jogo Minecraft, mas que não demandava conhecimento específico sobre o mesmo. Houve ainda a questão de matrizes, que fazia associação com operações bancárias e foi a grande surpresa nesta edição da prova, por se tratar de um assunto pouco cobrado.Biologia Em Biologia, o professor Alexandre Bandeira, do Descomplica, diz que caíram menos questões sobre ecologia. O tema foi abordado em uma pergunta sobre corredores ecológicose a manutenção da biodiversidade. Já o tema de citologia abordou o funcionamento da célula diante de uma glicemia e uma pergunta sobre divisão celular. Nesta questão, a dificuldade maior era com a proteína P53, pouco conhecida dos estudantes, segundo Bandeira. Uma outra questão de citologia citava o uso de peroxissomos para a redução de toxidagem na fabricação do jeans. Alexandre Bandeira: prova de biologia abordou citologia e o funcionamento da célula Outro grande tema que caiu na prova foi código genético e especiação. Em uma das perguntas, pedia a identificação genética das plantas que geraram uma semente apresentada na questão. "Foi uma das mais difíceis da prova", conta Bandeira.

As questões abordaram, por exemplo, o game Minecraft e propuseram problemas como cálculo de pena de um preso sem antecedentes criminais ou o tempo para despacho de bagagem em um aeroporto.

Melhor do que no primeiro dia Para o estudante Ícaro Eduardo, 18 anos, que já faz o curso de Medicina em uma universidade privada. o segundo dia de prova foi pesado, mas mais tranquilo do que o primeiro dia. Ele, que se inscreveu no Enem para tentar migrar para Universidade Federal da Bahia (Ufba), está otimista. "Foi uma prova pesada, principalmente Matemática. Naturais foi mais tranquilo. Agora é esperar o resultado", contou, depois de passar quatro horas em uma das salas de aplicação, na Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, em Salvador. Ícaro Eduardo está confiante (Foto: Marina Silva/CORREIO) Houve também quem, deste segundo dia de provas, pôde levar mudanças definitivas na vida profissional. Pela primeira vez, Samara Lima, 33, fez o exame. Tudo porque busca aprovação em um curso de Sistema da Informação e sair, definitivamente da Enfermagem. O segundo dia de avaliação, ela acredita, foi "bem mais tranquilo": "A tensão de dividir o tempo da prova com o tempo da redação é muito grande. Agora, fiquei indo e voltando toda hora. Mas estou confiante". Samara achou segundo dia de prova mais tranquilo (Foto: Marina Silva/CORREIO) Os portões abriram ao meio-dia (11h em Salvador) e foram fechados em todo o país às 13h, horário de Brasília (12h, no horário local). Para as provas deste domingo (11), os participantes tiveram quatro horas e trinta minutos, meia hora a mais do que na edição de 2017.

*Com orientação do chefe de reportagem Jorge Gauthier