Conheça a história de João Gabriel, goleiro do Vitória até 2021

Cria da base, sergipano deixou a Toca em 2012; de volta, reencontrou ex-treinador

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  • Vitor Villar

Publicado em 15 de dezembro de 2018 às 05:30

- Atualizado há 9 meses

. Crédito: Maurícia da Matta / EC Vitória

João Gabriel poderia completar neste final de ano uma década de Vitória. O atleta de 26 anos é cria da base rubro-negra, mas teve que deixar a Toca do Leão em 2012 para achar seu espaço no futebol.

A escolha foi certa. Tanto, que João voltou para casa em grande estilo: em junho, foi contratado pelo Vitória, que nesta semana renovou seu contrato até 2021.

O que pouca gente sabe é que essa volta para casa ocorreu em meio a uma série de coincidências: “Jorge Macedo (diretor de futebol do Vitória) foi quem me indicou”, explica João Gabriel.

“Me destaquei em dois jogos pelo Cianorte contra o Internacional (ex-clube de Macedo) pela Copa do Brasil. Peguei pênalti de D’Alessandro”, lembra. “Ele queria me levar para o Inter, mas pouco depois saiu de lá. E ele veio para onde? Para o Vitória, minha casa. Daí uniram o útil ao agradável”, completa. João Gabriel estreou em 2010 pelo Vitória (Foto: Reprodução Youtube) A história

Natural de Aracaju, o goleiro chegou ao Vitória em 2008, aos 16 anos. No clube, foi colega de Lee – que defendeu o clube na final da Copa do Brasil de 2010 – e de Gustavo – que na época era convocado para as seleções de base.

Na base, treinou com o preparador de goleiros Washington Rufino. Aqui, vem outra coincidência: Rufino ainda está no Leão, e hoje trabalha com os profissionais, onde reencontrou João Gabriel.“O Vitória tem preparadores sensacionais. Washington me formou e hoje trabalho também com Itamar Ferreira. Tudo o que eu consegui de bom nessa temporada, devo muito a esses caras”, diz.Na Toca, ainda foi treinado por Carlos Amadeu – hoje na seleção sub-20 – e Gilmey Aymberê – atualmente na base do Palmeiras. “Fui colega de Arthur Maia, Mineiro, Esdras, Dankler, Edson, Leo. Tínhamos uma equipe muito boa”, lembra o goleiro.

Estreia e adeus

Deu tempo de João Gabriel estrear nos profissionais pelo Vitória. Foi pela Copa do Nordeste de 2010, num 2x0 sobre o Sergipe em Aracaju, sua cidade natal. Tinha 18 anos.

O Leão conquistou o título daquele Nordestão, que disputou quase todo com o time de juniores e com João no grupo. Em 2011, chegou a ficar no banco em em quatro partidas da Série B.

Em 2012, fez 20 anos e terminou seu contrato como júnior. Teve que tomar a importante decisão: “Senti que era o momento de sair. Questão de fim de ciclo, o clube também não dificultou. Eles tinham outros atletas a quem queriam dar espaço e eu preferi sair”, conta.“Recebi uma proposta do Volta Redonda e apostei. Fui em busca do meu, pois sempre tive ambição. O clube preferia apostar no Gustavo, que tinha convocação da seleção brasileira e eu entendi”, explicou João Gabriel."Acabei voltando agora, mais maduro e pude ajudar na reta final”, completou o goleiro. Além do Volta Redonda, jogou por Barueri, Goianésia, ABC, Luverdense e Cianorte, time de onde foi emprestado para o Vitória.

Confira matéria com João Gabriel na sua estreia no Vitória:

Lição

Para João Gabriel, sua história serve como lição. Na sua opinião, todo goleiro tem direito de perder espaço e dar a volta por cima: “É uma posição que requer maturidade e minutos de jogo. Momentos bons e ruins são normais na nossa função. Todo grande goleiro já teve que buscar por espaço. Olha o Jailson do Palmeiras, por exemplo”.

Sua história faz com que entenda e apoie os garotos do Vitória, Caíque e Ronaldo, que perderam espaço por conta de erros na Série A. “São jovens que entraram no time num momento de crise e erraram. O erro é normal, mas são atletas de potencial absurdo. Todos vamos ouvir falar muito deles, ainda”.

Com contrato renovado até 2021, João quer ‘dar o sangue’ pelo Vitória na Série B: “É minha casa, meu clube formador, que eu amo e vou defender com unhas e dentes”.