Conheça o caminho da água até chegar às torneiras de casa

Salvador tem 170 bairros abastecidos; cerca de 1,2 milhão de imóveis residenciais ou comerciais

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  • Da Redação

Publicado em 22 de março de 2022 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Shutterstock

A maioria das pessoas desconhece o longo caminho que a água trilha até chegar às torneiras e aos chuveiros dos imóveis. Além de uma operação de altos investimentos para garantir tratamento e qualidade na produção, há desafios como o acesso à infraestrutura de distribuição para manutenção, questão ligada à ocupação desordenada do solo urbano na capital baiana. As alterações climáticas também estão entre os maiores obstáculos, pois interferem na quantidade e qualidade da água bruta captada que será tratada para distribuição à população.

Salvador tem seus 170 bairros abastecidos, alcançando aproximadamente 1,2 milhão de imóveis residenciais ou comerciais. Somente na capital, são ofertados mensalmente cerca de 23 milhões de metros cúbicos, em uma vazão de 8.900 litros por segundo (l/s).

Para que esta entrega seja realizada, o processo passa por muitas etapas: captação, adução, tratamento e distribuição. A captação é a etapa em que a água bruta é retirada do manancial (rios, represas, lençóis subterrâneos ou lagos). A escolha do ponto de captação segue critérios de disponibilidade e qualidade. É nesta fase também que a água é transportada por adutora (tubulação de grande porte), por meio de bombeamento ou gravidade, até às estações de tratamento da Embasa.

A água já tratada é, então, levada para a rede distribuidora, formada por grandes reservatórios, adutoras, linhas de distribuição auxiliares, estações de bombeamento e ramais domiciliares. É essa infraestrutura que possibilita que a água tratada chegue até as unidades consumidoras: residências, indústrias, hospitais, escolas, creches, comércios, etc. As redes de distribuição são dimensionadas de forma a garantir o fornecimento de água na quantidade e qualidade devidas.

Qualidade no tratamento O processo de tratamento da água conta com dois importantes elementos: cloro e hipoclorito de sódio, insumos fabricados e distribuídos pela empresa Unipar, líder do segmento no Brasil. O cloro, por exemplo, age como desinfetante, controla odor, sabor, crescimento biológico e garante o controle químico. Já o hipoclorito de sódio tem propriedades oxidantes, branqueantes e desinfetantes, servindo para inúmeras aplicações. No tratamento da água, possibilita a desinfeção, além de ter outras funções como tratamentos de efluentes industriais e de piscinas. Também é utilizado no combate aos focos do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela.

O Novo Marco do Saneamento, sancionado pelo Governo Federal em 2020, prevê a universalização dos serviços de saneamento básico até 2033, garantindo que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 90% à coleta e tratamento de esgoto. O cenário indica aumento na utilização dos insumos de tratamento. Com isso, a Unipar avalia novas operações no Nordeste do País.“O Novo Marco do Saneamento deve atrair investimentos estimados entre R$ 500 bilhões e R$ 700 bilhões até 2033. Para isso, o País vai demandar 700 mil toneladas adicionais de cloro por ano, um volume 40% superior à produção de 1,57 milhão de toneladas no ano passado”, comenta Maurício Russomano, CEO da Unipar.Para atender à demanda, a empresa já investiu R$ 100 milhões na expansão na fábrica de Santo André, que deverá ampliar em 15% a produção de cloro e soda cáustica na unidade. No total, a capacidade instalada da indústria para produção de cloro, soda e ácido clorídrico no Brasil chegará, respectivamente, a 545 mil toneladas, 615 mil toneladas e 755 mil toneladas anuais.

Vilões do abastecimento O crescimento urbano desordenado se coloca como um dos obstáculos a serem vencidos pelas companhias de abastecimento e saneamento. Em Salvador, por exemplo, 42% da área total urbanizada é ocupada informalmente, como indicam dados do estudo desenvolvido em 2021 pelo Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil (MapBiomas).

Outro problema comum em grandes centros urbanos é o crescimento desordenado, que resulta em número imenso de ligações clandestinas, fraudes e lava a jatos irregulares, práticas que desviam a água que deveria abastecer as ligações regulares, afetando assim o abastecimento local.

As principais formas de furto de água são as ligações clandestinas (quando o usuário interliga o seu ramal indevidamente à rede pública distribuidora de água), as fraudes na medição (quando o hidrômetro é danificado ou desviado, visando adulterar a medição do consumo) e as fraudes no corte (quando a ligação é cortada por falta de pagamento e o cliente faz a reativação de maneira indevida).

Tais práticas são qualificadas como crime contra o patrimônio, de acordo com o artigo 155 do Código Penal Brasileiro, cujo parágrafo 3º, ao tratar de furtos, equipara “à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico”. A pena prevista na Lei é reclusão de um a quatro anos e multa. O valor de cada multa pode chegar a R$ 157, acrescido do preço do serviço executado para sanar a fraude, além de uma estimativa da água não faturada causada pelo ato criminoso.

Dicas de consumo racional: •            Confira se a válvula do vaso sanitário está regulada. Considere trocar por caixa acoplada com botão duplo (urina e fezes). Benefício: Vasos sanitários com caixa acoplada utilizam 6 litros de água/descarga, em vez dos mais de 20 litros das válvulas de parede.

•            Prefira chuveiro comum à ducha e feche a torneira ao se ensaboar. Benefício: Em um banho de 5 minutos, fechando a torneira ao se ensaboar, o volume consumido reduz-se em média 3 vezes em relação às situações anteriores

•            Ao escovar os dentes, enxague a boca com a água do copo. Benefício: Economia de 3 litros de água.

•            Feche a torneira ao se barbear, escovar os dentes ou lavar a louça. Cada 5 minutos com a torneira aberta gasta em torno de 25 litros.

•            Antes de lavar a louça, remova os restos de comida de todas as peças e deixe-as de molho. Ensaboe tudo, mantendo a torneira fechada, e enxague de uma vez. Benefício: Você economiza em torno de 243 litros de água que seriam gastos com a torneira meio aberta por 15 minutos.

•            Acumule roupa para lavar de vez, seja na mão ou na máquina. Benefício: A economia varia de acordo com a quantidade de roupa ou da máquina utilizada, mas lavar o máximo de roupa vai economizar litros de água.

•            Reaproveite a água do enxague da máquina de lavar para ser usada na faxina e para lavar o carro. Benefícios: Mais litros a menos na sua conta.

O projeto Dia da Água é uma realização do Correio com patrocínio da Unipar.

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