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Giuliana Mancini
Publicado em 2 de julho de 2018 às 15:00
- Atualizado há 2 anos
Em plena época de Copa do Mundo, não é difícil achar meninos que assistem a todas às partidas do torneio - e que sonham em ser jogadores de futebol. Muitas vezes, imaginam-se até participando de uma edição do campeonato. Mas, se esse é um sonho comum no Brasil, Wan Gislan, de 10 anos, não o compartilha.>
O menino não quer saber de jogar bola. Muito menos de ver as disputas. O que ele se interessa mesmo é em dançar. O pequeno era um dos responsáveis pela coreografia da Escola Estadual Teodoro Sampaio, no desfile do Dois de Julho. "Gosto muito de dançar e treino três vezes na semana. Estou gostando (do cortejo)", declarou Wan, que estreava na festa, na manhã desta segunda-feira (2). Wan comandava a coreografia junto com Maria Eduarda Santos, 13 anos (Foto: Giuliana Mancini/CORREIO) O estudante era um dos mais de 2,6 mil alunos que participaram do cortejo cívico em comemoração aos 195 anos de Independência da Bahia. Durante todo o trajeto - do Largo da Lapinha até a Praça Municipal -, as fanfarras escolares animaram quem acordou cedinho e foi assistir ao movimento.>
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Assim como Wan, a dupla Bruno Marques, 17, e Luís Henrique, 16, também puxava o movimento coreografico - mas do Colégio Estadual Professora Noêmia Rêgo. E arrasavam na função, com direito a espacate no meio das ladeiras do percurso. Se a música chamava a atenção de quem assistia ao cortejo, eles também tinham sua parcela de espectadores.>
"É gratificante estar aqui. E é importante mostrar que a baliza é uma parte importante da fanfarra, que a arte inclui tanto a música quanto a dança", disse Bruno, que participava pela segunda vez da festa. Bruno e Luís: balizadores do Colégio Estadual Professora Noêmia Rêgo (Foto: Giuliana Mancini/CORREIO) Já Luís fazia sua estreia no Dois de Julho e gostou. "Vamos improvisando a coreografia enquanto estamos andando. É muito legal. Nunca tinha experimentado participar de uma festa como essa, estou impressionado", comemorou.>
Estudante do Colégio Estadual Presidente Getúlio Vargas, Fernando Worth, 14, contou que treinou duas vezes na semana, todas as semanas, desde o início do ano, para participar da comemoração pela Independência da Bahia. "É minha primeira vez aqui. Achei o clima maravilhoso, estou gostando", falou o jovem, que fazia parte da linha de frente do cortejo da instituição.>
Maria Fernanda Santos, 15, também nunca havia participado da comemoração pela Independência da Bahia. Toda feliz e arrumada, nem parecia que ela odeia acordar cedo. Ainda mais levando-se em conta que ela levantou às 5h nesta segunda-feira de feriado. >
"Mas, dessa vez, é por uma boa causa. Estou achando um máximo, muito divertido", declarou a estudante do Colégio Estadual Governador Roberto Santos. Maria Fernanda estava com a fanfarra do Roberto Santos (Foto: Giuliana Mancini/CORREIO) Tainara Carvalho, 21, e Uidiane Mirian, 20, levantaram ainda mais cedo para participar do Dois de Julho: 4h30. Veteranas, elas ja tocaram quatro vezes na festa, com o grupo Tambores e Cores.>
"A gente treina todas as terças-feiras do ano para estar aqui. Ficamos esperando animadas para chegar o dia", disse Tainara. "Daqui a pouco, vamos começar o esquente. Aí, fica todo mundo de olho. É emocionante", completou Uidiane, antes da festa começar. Ambas tocam o repique. Tainara e Uidiane levantaram às 4h30 para o cortejo (Foto: Giuliana Mancini/CORREIO) Se Maria Fernanda, Tainara e Uidiane podem ter sofrido um pouco para acordar, há quem nem mesmo dormiu. A drag queen Sasha Heels, 26, está prontíssima desde o último domingo (1º), só esperando o desfile começar.>
"Venho há três anos. Acho que tem tudo a ver com a luta pelos nossos direitos. E o movimento drag é de rua, temos que vir para a rua". Ela comentou que recebe uns olhares de estranhamento, mas nem liga. "São só olhares, é comum". Sasha Heels assiste ao cortejo há três anos (Foto: Giuliana Mancini/CORREIO) Ailton Souza, 32, também comemorava sua dose tripla na festa - mas como participante, no comando do saxofone. Apesar de já ser, tecnicamente, um veterano, a data marcava quase uma estreia para ele no desfile do Dois de Julho. "Eu estive um tempo afastado, não participo desde 2010", disse. Ailton integrava o desfile pela terceira vez (Foto: Giuliana Mancini/CORREIO) Integrante da Filarmônica de Castro Alves, Ailton chamava a atenção, junto com seus colegas, pelo seu som e por outro detalhe... É que vários músicos prenderam suas partituras na roupa do colega da frente. "Ajuda bastante", garantiu, aos risos. Os músicos e suas partituras presas na roupa do colega da frente (Foto: Giuliana Mancini/CORREIO) >