Consórcio de prefeitos quer comprar 20 milhões de doses de vacina contra covid até maio

Frente Nacional de Prefeitos foi formalizada em assembleia virtual nesta segunda-feira (22)

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  • Marcela Vilar

Publicado em 22 de março de 2021 às 17:51

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arrison Marinho/CORREIO

A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) acaba de formalizar, em assembleia virtual, nesta segunda-feira (22), a criação do Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras (Conectar). O consórcio permite a compra de vacinas contra a covid-19, além de medicamentos e insumos, que estão no limite do estoque em várias cidades baianas. A associação é formada, até então, por prefeitos de 1.731 municípios do Brasil, sendo 90 da Bahia.  

Ao todo, 2.602 cidades brasileiras demonstraram interesse em participar da associação, mas ainda não enviaram a lei autorizativa para dar validade jurídica ao consórcio, como Salvador fez através da Câmara de Vereadores. Na Bahia, 25 municípios dos 125 que se demonstraram interessados ainda não enviaram a formalização. A institucionalização do consórcio passou a ser viabilizada a partir do dia 23 de fevereiro, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que prefeitos e governadores poderiam adquirir imunizantes por conta própria, sem depender do governo federal.  

O prefeito de Salvador, Bruno Reis, ressalta que o principal motivo de integrar o consórcio é investir na compra de vacinas. “Entendemos que o melhor investimento é a compra da vacina, não há nada mais importante nesse momento do que salvarmos vidas e evitarmos mortes”, destaca o prefeito. “Mesmo diante do sacrifício que os municípios estão vivendo, porque aumentamos de forma expressiva o nosso custeio da pandemia, considero a compra da vacina uma prioridade. E é por isso que eu resolvi fazer parte do consórcio Conectar, entendendo que a compra da vacina é o melhor investimento. É muito melhor investir em vacina do que investir em todas as outras áreas”, reforça.  

Segundo Bruno, são os prefeitos que vêm assumindo os maiores fardos durante a pandemia. “O município já fica, como sempre, com as maiores atribuições. Hoje cabe ao Governo Federal fornecer a vacina, aos estados distribuírem e aos municípios aplicarem. Aqui em Salvador, temos drives, pontos fixos, vacina express. Adquirimos freezeres pra armazenamento, agulhas, seringas, contratamos mais de 300 profissionais pra toda essa logística. Nós, prefeitos, é que, nesse momento, temos as maiores responsabilidades", defende Reis.  

O consórcio pretende adquirir 20 milhões de vacinas até 31 de maio deste ano, a fim de avançar na vacinação do público prioritário - isto é, os idosos maiores de 60 anos, trabalhadores de saúde, indígenas e pessoas com comorbidades. A FNP ainda não tem detalhes sobre quantas vacinas virão para Salvador ou para a Bahia. A ideia é também negociar com laboratórios que não estão em tratativa com o governo federal, que tem prioridade na compra. Após a efetivação do pagamento, o prazo de entrega das vacinas é de 20 dias.  

*Sob orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro