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"Cabe ao consumidor valorizar empresas que produzam de maneira ecologicamente correta”, recomenda especialista da ONU
Thais Borges
Publicado em 16 de novembro de 2014 às 14:16
- Atualizado há um ano
O engajamento dos cidadãos é crucial para garantir a sustentabilidade das cidades. Este foi o ponto de convergência entre os palestrantes do primeiro dia do Agenda Bahia no debate que fechou o evento na terça-feira, dia 11.
Debate com André Fraga, Ana Carla Fonseca, Jessica Magnusson e Steffen Ries (Foto: Arisson Marinho/Correio
Um exemplo dado pelo alemão Steffen Ries – que relatou o exemplo da cidade de Freiburg - foi o uso do carro, que polui o ar pela queima de combustível fóssil. “É preciso mudar a mentalidade. Deixar de ver o carro como prova de status. As pessoas têm que ser sustentáveis para mostrar que é legal adotar práticas sustentáveis”. “É preciso ter um trabalho para mostrar as vantagens de ser sustentável”, afirmou a sueca Jessica Magnusson.
“O comprometimento de empresas com a sustentabilidade só se dá se esse compromisso for pensado como estratégia de negócio. Cabe ao consumidor valorizar empresas que produzam de maneira ecologicamente correta”, disse a consultora da ONU Ana Carla Fonseca.
“O poder público tem de fomentar a participação da sociedade, até por obrigação legal”, falou o secretário de Cidade Sustentável de Salvador, André Fraga, tocando no desafio para que esse engajamento se dê: o alcance da participação popular. “A população tem que se envolver desde o planejamento. E é preciso investir em comunicação, o poder público e as empresas têm de querer ouvir e dar retorno [sobre as opiniões, sugestões, críticas, etc]”, afirmou Ana Carla.
Outro caminho foi dado pela sueca, citando exemplo de seu país. “Um novo playground seria construído na cidade e três modelos foram apresentados. Decidiu-se que venceria o escolhido pelas crianças com votação nas escolas”, contou, afirmando que a mudança para uma cultura de sustentabilidade começa sempre com um trabalho de educação e pelas crianças que, naquela ocasião,também tiveram uma aula de participação popular e planejamento urbano.
Ao contrário do senso comum, as pessoas estão, sim, com vontade de serem ouvidas e de participar ativamente das decisões sobre suas cidades. Exemplo disso é o projeto Garimpando Soluções, apresentado por Ana Carla. Em seis meses, o projeto reuniu 850 propostas de moradores de São Paulo para melhorar a vida delas e de toda a cidade.
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