Contenção de encosta em Sete de Abril vai beneficiar 30 famílias

Obra realizada pela prefeitura na Rua da França teve investimento de R$ 1,2 milhão

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  • Milena Hildete

Publicado em 5 de julho de 2018 às 16:05

- Atualizado há um ano

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Toda vez que chove, a dona de casa Rosangela Costa, 35 anos, fica angustiada. Não consegue dormir direito e sequer deixa o filho ir na rua. Moradora da Rua França, no bairro da Sete de Abril, em Salvador, ela vive há pelo menos dez anos em uma casa que fica ao lado de uma escosta, localizada no final da rua. Nesta quinta-feria (5), no entanto, a dona de casa vai ficar menos apreensiva. É que a prefeitura entregou a obra de contenção da encosta, que vai diminuir as chances de desabamentos e enchentes na região. Moradora da rua não vai se preocupar com a escosta (Foto: Milena Teixeira/CORREIO) "Eu morria de medo quando a chuva caía, porque pensava que minha casa ia junto. Eu tinha medo de alguém cair na ladeira", relembra. A dona de casa disse ainda que a obra ficou "bem feita". "Achei que a obra ficou muito boa, nem parece o mesmo lugar de antes", completou.  Maria das Graças comemorou a obra  (Foto: Milena Teixeira/CORREIO) Quem também gostou da encosta foi a dona de casa Maria das Graças de Jesus, 44. Ela também sofria com o medo do desabamento das casa."Antes era horrível, porque tinha um buraco imenso e as casas corriam risco de desabar. Há mais de oito anos que a gente vem lutando pela encosta, mas hoje nós conseguimos", afimou ela. 

A inauguração da encosta contou com as presenças do prefeito ACM Neto, do vice, Bruno Reis, e do secretário municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), Almir Melo, além de moradores da área. Na ocasião, o prefeito falou sobre a importância da construção para a população e o esforço da administração municipal em realizar investimentos, mesmo diante do período de crise econômica no país.

“Essa rua não trazia paz para os moradores, inclusive uma parte da pista havia cedido por conta das chuvas. O investimento realizado aqui, que vai trazer mais segurança e conforto para quem reside aqui, foi feito totalmente com recursos próprios. Inclusive, 76% dos recursos municipais foram aplicados nas áreas mais pobres da cidade. Isso mostra que, mesmo enfrentando quatro anos e meio de crise no país, a prefeitura está buscando soluções para os problemas de Salvador”.

Já Almir Melo falou sobre os custos da obra. De acordo com ele, a construção tem investimento de R$1,2 milhão. "A obra tem uma progressão que restabeleceu a mobilidade dessa rua. Fizemos um trabalho completo com passeio pra mobilidade, macrodrenagem, pavimentação e escadadaria", contou ele.

Com duração de aproximadamente um ano, a obra foi executada pela Seinfra, em uma área de aproximadamente 200m. A intervenção englobou recomposição de talude, aplicação da técnica de cortina atirantada e instalação de nova rede de drenagem. Além disso, a largura da via foi recuperada. A medida beneficia cerca de 30 famílias que vivem na localidade.

Além disso, a pedido dos moradores, foi autorizada a recuperação da pavimentação de mais um trecho da Rua da França, que vai melhorar bastante a mobilidade das pessoas. As intervenções serão feitas pela Seinfra e pela Secretaria Municipal de Manutenção (Seman).

Mais ações Desde 2013, a prefeitura já entregou 50 obras de contenção de encosta, incluindo esta de Sete de Abril. No momento, outras oito obras do tipo estão em andamento na cidade e 13 serão iniciadas em breve. O investimento total nesse tipo de intervenção por parte do município chega a R$111 milhões.

Outra ação utilizada para dar mais segurança às áreas de risco e coordenada pela Defesa Civil de Salvador (Codesal), a geomanta já foi aplicada em 90 encostas da cidade e outras 20 estão em fase de execução. Adotada pela prefeitura desde 2016, a técnica de proteção de encosta é inovadora no país e formada por um composto de PVC e geotêxtil, com cobertura de argamassa jateada.

A estrutura impermeabiliza o talude e erosões superficiais, absorção de águas da chuva e possível risco de deslizamento do terreno. A duração do material é de 5 anos, em média – bem superior ao da lona comum, que é de três meses.

*Sob supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier