Copa América em casa faz diferença

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

Publicado em 13 de junho de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

O Brasil com coletivo e sem Neymar, a Argentina de Messi e em renovação, o Uruguai de Suárez, raça, tradição e de um meio-campo ainda sem protagonismo: quem vai ganhar a Copa América?

A história da competição mostra que, na América do Sul, o mando de campo tem peso relevante para as potências do continente, que juntas conquistaram 37 dos 45 títulos já disputados. O Brasil sediou o torneio quatro vezes e foi campeão em todas. O mesmo fez o Uruguai, anfitrião de sete edições. Entre o trio de ferro, só a Argentina não é 100% em seu território, pois organizou a Copa América em nove oportunidades e ganhou seis - o Uruguai comemorou as outras três (1916, 1987 e 2011), sempre eliminando os donos da casa naquela que, por cultura e história, é a maior rivalidade do continente.

O mando de campo é um grande trunfo da seleção brasileira, que até 1989, ano em que foi sede pela última vez, só havia levantado a taça em casa - foi nos últimos 30 anos que ganhou seus outros quatro títulos do total de oito. Na edição que começa amanhã, o Brasil é o time que tem mais jogadores de destaque na Europa entre os titulares, como o goleiro Alisson, Daniel Alves numa lateral (e o luxo de não convocar Marcelo na outra), Thiago Silva na zaga, Casemiro e Coutinho no meio e Firmino no ataque. Mas o talento de Neymar sempre fará falta.

É diferente da Argentina, por exemplo. Messi está quilômetros à frente do segundo melhor jogador do torneio, seja ele Suárez, James Rodríguez, Guerrero, Coutinho ou outro que o leitor escolher. Mas, além da pressão de 26 anos sem título e de jogar no Brasil, o craque argentino tem ao seu redor uma equipe em fase de renovação após o trauma da eliminação nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2018. 

Armani, Saravia, Otamendi, Pezzella e Tagliafico; Guido Rodríguez, Paredes, Lo Celso e Di María; Messi e Agüero. A provável escalação da estreia na Fonte Nova, sábado, contra a Colômbia, só é temida nos três últimos nomes da lista de 11.

Já o Uruguai, recordista com seus 15 títulos, é um time de extremos, mas cada vez mais próximo do equilíbrio. Explico: a dupla de ataque Suárez e Cavani e a dupla de zaga Godín e Giménez começam a ter um meio-campo de qualidade entre eles. Nández, 23 anos, atua no Boca Juniors há duas temporadas; Bentancur ganha cada vez mais espaço na Juventus mesmo tendo só 21 anos (estreou no Boca aos 17); o volante Vecino é da Inter de Milão. A outra vaga, segundo a imprensa uruguaia, deve ficar com o ex-botafoguense Lodeiro, atualmente no futebol dos EUA, embora o flamenguista Arrascaeta seja uma opção muito mais talentosa à disposição do técnico Óscar Tabárez. E falando no técnico uruguaio, um parêntese: ele também comandava a seleção na Copa América de 1989, a última realizada no Brasil.

Saindo da trinca do Mercosul, vale ficar de olho na Colômbia, que jogará duas vezes em Salvador.  A segunda geração talentosa dos colombianos já não corre tão por fora assim. Ganhou traquejo em duas Copas do Mundo e pode realmente incomodar, a começar pela estreia contra os argentinos.

Herbem Gramacho é editor de Esporte e escreve às quintas-feiras