Copa do Brasil: Vitória e Juazeirense na era do fakeball

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  • Paulo Leandro

Publicado em 2 de junho de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Vitória x Internacional e Cruzeiro x Juazeirense fazem os confrontos desta quinta-feira pela Copa do Brasil, ombreando-se, assim, nossos baianos, a clubes top, um deles campeão de tudo e do mundo; outro, hoje na Super-série, mas cheio de estrela nacional e das Libertadores.

Não há favoritos, na era do fakeball. A correria e a marcação dura vão nivelando os times a tal ponto de os jogos serem decididos por falhas dos adversários, superando-se a imaginação do drible e do corta-luz pela obediência tática de rodar a bola e manter a sua obsessiva posse.

Dura empreitada enfrentam o Leão da Barra e o Cancão de Fogo, a começar por conquistar confiança, uma vez ficarem expostos, ou a narrativas depreciativas, tipo é zebra, ou a completa invisibilidade em conteúdos esportivos, princípio de inusitado perdendo força.

Leão é conhecido, rei da selva e tal, cancão nem tanto, daí informar tratar-se de uma ave de difícil trato, de temperamento irascível e afeita a seguir aquela falácia número 1, Argumentum ad Baculum, a força faz o direito, e quem bica mais afiado leva todo o milharal.

Cultiva o Vitória, renhida parelha com o Inter, tendo sido feliz o Leão: um duelo já faz é tempo, 2004, 1x1 lá, e Vitória 3x1 no Barradão; em 2018, Caíque pegou dois pênaltis e garantiu a classificação, depois de tomar 2x1, fora, e vencer de 1x0, aqui, Neilton, de pênalti.

O Vitória tem as melhores campanhas da Bahia, caindo, na semifinal 2004, para o Flamengo; e para o Santos, na decisão 2010, restando o enigma, afinal, como pode de um clube brotar tanta resiliência a ponto de seu pavilhão, sozinho, basta içá-lo, causar respeito e admiração?

O Internacional mostrou, no empate contra o Sport, na estreia do Brasileiro, capacidade de criar em penetrações na área, com troca de passes e movimentação, exigindo uma maior atenção e agilidade de jogadores da defesa do Vitória, comandada por Wallace.

Todo cuidado porque o Inter joga muito no choque corpóreo, certo de ter a força, igual He-Man, então a depender da interpretação do árbitro, é possível ver pênalti em alguma queda brusca de um jogador mediante contato com rival, daí a atenção protetora como estratégia.

O Inter preza o jogo aéreo, apostando em envergadura e impulsão como atributos capazes de fazer a diferença, portanto vale cercar o adversário, na bola, e evitar fazer faltas em zonas próximas da área; se tiver de rifar, nunca pela linha de fundo, pois o córner sinaliza alto risco.

No jogo com o Sport, em contrapartida à busca por entrar na área adversária, o Inter também foi permissivo, no entanto, o Vitória tem procurado testar os goleiros com chutes das imediações da área, mostrando baixa inclinação para trocar passes rumo vertical ao arco inimigo.

Tem servido-se o rubro-negro do clássico chuveirinho, buscando atacantes bem-posicionados para o arremate, mas os becões colorados sugerem bons duelos nestas bolas alçadas sobre a área, em frequência desproporcional aos acertos.

Já o confronto entre Juá e Cruzeiro poderia ter mais divulgação, devido ao inusitado, pois é raro um clube fundado outro dia, ganhar força tão rápido a ponto de desafiar Minas Gerais. Vamo Cancão, a pluralidade pode fazer prodígios a um futebol monoclubista.

Paulo Leandro é jornalista e professor doutor em Cultura e Sociedade.