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Da Redação
Publicado em 29 de abril de 2020 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
A situação que nos impõe a pandemia da covid-19 não gerou apenas uma crise de saúde, mas uma possível reestruturação da ordem econômica em escala mundial. E hoje, como já dizia Thomas Friedman em 2005, “o mundo é plano”, sem fronteiras, onde as divisões históricas e geográficas estão ficando cada vez menos relevantes. >
Mesmo no meio de tudo que está ocorrendo, mesmo sabendo que ainda temos, segundo as estimativas, chances de chegar a um patamar ainda maior de contaminação e suas consequências, precisamos nos preparar para a era pós-vírus. Muitas pessoas, empresas, governos, organizações da sociedade civil, do buteco, hora sem funcionar, até às grandes corporações com suas divisões complexas, estão buscando se programar para quando a crise passar, quando as coisas voltarem ao normal. >
Bom, algumas questões: As coisas vão voltar ao normal? Como será esse novo normal? Ao que nos parece, o mundo inteiro global/local começa a discutir, debater os possíveis efeitos e transformações que serão necessários para definir como será o “novo normal “ de nossas vidas, das nossas industrias, do comércio, dos serviços, do turismo, da economia criativa, de nossos governos, enfim. Nosso “novo normal” começará a ser desenhado. >
Lendo um artigo produzido por executivos da Mckinsey: Kevin Sneader e Shubham Singhal, resolvi transcrever aqui de forma resumida, parte do pensamento central da dupla na busca de responder a questão colocada por líderes nos setores público, privado e social: o que será preciso para atravessar esta crise, agora que nossas métricas e premissas tradicionais se tornaram irrelevantes? Eles propõem o que seria uma chamada a ação ao longo de cinco estágios que irão da crise de hoje até o “próximo normal”, que surgirá depois que a batalha contra o coronavírus for vencida: Resolução, Resiliência, Retorno, Reimaginação e Reforma. >
Resolução: implementar o lockdown ou não; isolamento ou quarentena; fechar a fábrica agora ou esperar por uma ordem superior. Esse é o motivo pelo qual chamam o primeiro estágio de Resolução: a necessidade de determinar a escala, o ritmo e a profundidade das ações requeridas tanto no nível das empresas como do Estado. Resiliência: diante dos desafios pós-pandemia , a resiliência é uma necessidade vital. Questões de curto prazo da gestão de caixa relacionadas à liquidez e solvência claramente são primordiais. Mas logo em seguida, as empresas precisarão fazer planos de resiliência mais abrangentes.>
Retorno: líderes devem reavaliar todo o sistema de negócios e fazer um plano de medidas de contingência para que a empresa retorne a uma produção eficaz com ritmo e escala. Os líderes do governo poderão enfrentar uma dolorosa “escolha de Sofia: mitigar o ressurgimento do risco à vida versus o risco à saúde da população que poderia resultar outro forte recuo econômico. Reimaginação: As instituições que se reinventarem para extrair o máximo proveito das melhores visões e previsões, à medida que as preferências mudam, alcançarão sucesso desproporcional. A crise revelará vulnerabilidades x oportunidades para melhorar a performance das empresas. Reforma: é provável que os governos se sentirão mais encorajados e apoiados pelos cidadãos a assumir um papel mais ativo na reconfiguração da atividade econômica, antecipar mudanças em políticas e regulações que tenham o apoio da população. >
Diante deste cenário em Salvador, a gestão do prefeito da capital, ACM Neto, tem se destacado internacionalmente pela sua capacidade de enfrentar a crise, certamente será um dos atores influente na busca do “novo normal” para Salvador e para o Brasil.>
Isaac Edington é presidente da Saltur>
Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade dos autores>