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Da Redação
Publicado em 25 de março de 2020 às 15:37
- Atualizado há 2 anos
A equipe econômica trabalha com projeções que consideram um encerramento gradual da quarentena contra o coronavírus a partir do dia 7 de abril. A avaliação é que as medidas anticrise anunciadas até agora não são suficientes para suportar um período maior que esse de atividades completamente suspensas, de acordo com informações do jornal O Globo.>
As estimativas foram confirmadas por fontes que trabalham na elaboração dos cenários. Até agora, as medidas anunciadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, garantem alívio para empresas e mais acesso a crédito pelo período de três a quatro meses. Segundo técnicos, as ações já foram elaboradas considerando um relaxamento gradual do isolamento.>
As medidas elaboradas até agora foram pensadas porque, mesmo após um eventual relaxamento da quarentena, as atividades voltariam a funcionar, em ritmo reduzido. "Os shoppings estariam mais vazios, porém funcionando", segundo explicou uma das fontes à reportagem.>
Em pronunciamento em cadeia nacional na noite de terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro sugeriu que sejam suspensas as medidas de contenção, como suspensão de aulas e fechamento de comércio. Bolsonaro, no entanto, não indicou qualquer plano para que isso seja feito de forma gradual, nem um prazo.>
A fala de Bolsonaro, na contramão das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e das medidas tomadas por outros países, foi alvo de críticas por parte de especialistas, autoridades e congressistas. Durante o pronunciamento, houve panelaços em várias cidades do país contra o presidente.>
No domingo, durante entrevista coletiva à imprensa, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, já havia sugerido que, em algum momento, medidas de relaxamento da quarentena deveriam ser tomadas.>
"Ninguém aguenta permanecer parado full time. Para duas (semanas), libera um pouco para as pessoas, deixa as pessoas se reorganizarem. Vamos ter que ir assim", disse o ministro, na ocasião.>
Guedes também já havia sugerido que seria preciso encontrar um meio termo entre as medidas de isolamento e a retomada da atividade econômica. Ao anunciar as primeiras medidas de combate aos efeitos econômicas da pandemia, o ministro afirmou que se todos ficassem em casa, a economia entraria em colapso. No entanto, frisou que seguiria recomendações do Ministério da Saúde.>
"Se ficar todo mundo em casa, o produto colapsa. Se ficar todo mundo na rua, a velocidade de contágio é muito rápida e você atinge o sistema de saúde. Então, deve ter um meio termo. Os ingleses andaram sugerindo o seguinte: os mais idosos em casa e os mais jovens manter uma vida próxima do normal. Mas não sou eu que tenho que falar isso, é o Ministério da Saúde", disse Guedes, no último dia 16.>