Corpo de Adriano da Nóbrega é exumado e passará por nova perícia

Justiça determinou exames específicos sobre trajetória dos tiros que atingiram miliciano

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  • Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2021 às 10:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

A Justiça baiana determinou a exumação do corpo miliciano Adriano da Nóbrega, morto em fevereiro do ano passado, em Esplanada, no interior da Bahia, em confronto com a polícia. Apontado como chefe de uma milícia do Rio, Nóbrega tinha ligações com a família do presidente Jair Bolsonaro. O corpo dele foi exumado nesta segunda-feira (12).

De acordo com informações da Folha de S. Paulo, a exumação foi necessária para que possam ser realizados exames de imagens para detalhar os traumatismos ósseos causados pelos disparos. Esse procedimento não teria sido realizado nos dois primeiros exames e pode ser capaz de traçar com maior precisão as trajetórias das balas.

A partir dos exames, será possível entender o caminho dos disparos que atingiram Adriano e comparar com os relatos dos policias que participaram da ação. O novo exame também deverá, a depender das condições dos restos mortais, analisar as lesões causadas pelos disparos para que se descubra a distância do atirador. A segunda perícia constatou que o atirador estaria a uma distância superior a 1,5 metro.

O inquérito da Polícia Civil da Bahia concluído em agosto do ano passado, apontou que ele atirou sete vezes contra policiais militares antes de ser atingido por dois tiros no momento em que tentavam capturá-lo em um sítio

Rachadinha Adriano foi citado na investigação que apura a prática conhecida como "rachadinha" no gabinete de Flávio Bolsonaro. O ex-capitão do Bope estava foragido desde 2019, quando foi alvo da operação Os Intocáveis, do Ministério Público do Rio de Janeiro.

Nóbrega, em 2005, chegou a ser condecorado pelo então deputado estadual Flávio Bolsonaro com a medalha Tiradentes, principal honraria do Legislativo fluminense.

Mas seu nome ficou mais conhecido após a descoberta de que uma ex-mulher e sua mãe, Raimunda Veras, trabalharam no gabinete de Flávio e repassaram valores a Fabrício de Queiroz, apontado como operador financeiro do filho do presidente Jair Bolsonaro.

As duas são alvos da investigação sobre o susposto esquema de rachadinha no gabinete de Flávio.