Corpo de engenheiro morto a facadas é enterrado em Salvador

Corpo de Marcello Marcos foi encontrado em sua casa, na Pituba

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  • Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2022 às 20:30

. Crédito: Paula Fróes/CORREIO

O corpo do engenheiro ambiental do Inema Marcello Marcos Gomes da Silva, 58, foi velado e enterrado na tarde desta quinta-feira (28), no Cemitério Campo Santo, na Federação. Ele foi morto com oito facadas enquanto dormia em sua casa, em um dos edifícios do Parque Júlio Cesar, na Pituba.  

Durante o velório, a mãe da vítima, Valda Gomes da Silva, estava muito sensibilizada e, por conta da idade, seguiu o cortejo em um dos carrinhos usados nos funerais do Campo Santo, em companhia de outros parentes. Cerca de 60 pessoas, quase todas incrédulas com a maneira como Marcello foi morto, acompanharam a cerimônia de forma silenciosa.  A Polícia Civil investiga o caso.

“Eu conversei com a mãe dele hoje [quinta, 28] pelo telefone, ela estava muito abalada. Todo mundo vai morrer um dia, mas ninguém espera que seja dessa forma, né”, disse uma vizinha de Marcello que não se identificou. Ela comentou que não chegou a conviver muito com a vítima, no entanto, possui relação de proximidade com a mãe. Apesar disso, afirmou que tinha uma boa impressão do homem e que, quando conversavam, ele era simpático. 

Um primo de Marcello que também não quis se identificar contou que a vítima e a esposa, Rutileia Cruz de Brito Silva, estavam há três meses separados quando decidiram reatar o casamento em janeiro deste ano. Por isso, a mãe de Marcello decidiu dar o apartamento, que está no nome dela, para que o casal morasse e pudesse restabelecer os laços. Marcello e Ruth são pais de um menino de 8 anos.  

“A ideia de voltar o casamento foi dele, ele sempre fez tudo pelo filho. Ele dizia ‘como que eu vou ficar separado e ficar longe do meu filho’. Ele também tinha medo que a mãe não deixasse ele ver o menino”, contou um parente que preferiu não se identificar.  

O paradeiro do neto, inclusive, está sendo uma das maiores preocupações da mãe de Marcello, dona Valda. Rutileia foi vista durante a manhã de quarta-feira (27) deixando o apartamento em que morava junto com o filho,e o marido, e até agora não deu notícias. A família da vítima acredita que ela tenha ido para Itaberaba, cidade do interior do estado onde ela possui família.  

“A mãe [do Marcello] quer saber onde ela [Rutileia] está porque tem medo de não ver mais o neto”, relatou um familiar durante o enterro. O filho do casal estava no apartamento durante a madrugada em que Marcello foi morto, mas ninguém sabe ainda o que aconteceu no local. A Polícia Civil disse, em nota, que investiga o caso, mas que ainda não há suspeitos.  

A mãe de Rutileia Cruz chegou a entrar com contato com Valda Gomes, mãe da vítima. A mulher telefonou para prestar condolências. “Ela ligou para dar os pêsames”, contou um parente.  

Sobre a relação do casal, um primo de Marcello disse que os dois sempre demonstraram ser pacíficos e que o casamento não era marcado por idas e voltas, sendo o término de poucos meses o único em mais de dez anos de relacionamento. “A relação sempre foi muito pacífica, de ambas as partes, inclusive. Não existe histórico de agressão nem dela nem dele”, garante.  

O marido de uma tia de Marcello disse ainda, durante o enterro, que ele era um homem trabalhador e gente muito boa”, disse. 

Marcello era o mais velho dos três filhos de dona Valda.  

*Com a orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo.