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Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2022 às 23:20
O guarda municipal Marcelo Arruda foi sepultado na tarde desta segunda-feira (11), no Cemitério do Jardim São Paulo, em Foz do Iguaçu (PR), com uma grande comoção de familiares e amigos. O corpo foi levado em cortejo pelo centro da cidade em um carro da Guarda Municipal. Arruda atuou na corporação por 28 anos.>
Arruda era filiado ao PT, tesoureiro e foi candidato a vice-prefeito da cidade paranaense em 2020. De acordo com boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, ele foi morto a tiros durante sua festa de aniversário de 50 anos por Jorge José da Rocha Guaranho, agente penitenciário federal e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). A comemoração foi interrompida por Guaranho que, segundo testemunhas, teria gritado "aqui é Bolsonaro", antes de começar a atirar.>
Conforme o registro policial, Guaranho efetuou os dois primeiros disparos, acertando a vítima. Imagens de uma câmera de segurança mostram quando Arruda, mesmo ferido e já caído, dispara contra o agente penitenciário. Guaranho, que teve a prisão preventiva decretada, está internado em estado grave, sedado e intubado, no Hospital Municipal da cidade.>
A Polícia Civil do Paraná investiga se a motivação do crime foi intolerância política. Uma das principais linhas de investigação é tentar descobrir o que levou o agente penal até o local da festa. O que se sabe até o momento é que o atirador é um dos diretores da associação que sediou o evento, a Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu (Aresf).>
Segundo o irmão de Arruda, Luiz Doniseti Arruda, que também um dos sócios fundadores da associação, o acesso em tempo real pelo celular às imagens das câmeras de segurança pode ser um dos motivos de Guaranho ter o conhecimento da decoração com temática petista, na festa de aniversário de 50 anos de Marcelo Arruda.>
De acordo com ele, integrantes da diretoria da Aresf possuem acesso 24 horas por dia das imagens, através de aplicativo de celular. "O Marcelo até tentou outros lugares (para realizar a festa), mas estavam ocupados e então ele me pediu se conseguiria na Aresf. Como a agenda estava disponível, contratei o espaço, já que o valor é diferenciado para sócios. E esse cidadão não era conhecido de ninguém que estava no local", afirmou Luiz após o funeral.>
"A nossa associação tem um circuito de monitoramento e esse monitoramento é compartilhado com pessoas o da diretoria. E esse cidadão que compareceu no aniversário do meu irmão e fez essa barbárie, ele faz parte da diretoria e essas pessoas têm, pelo celular, a possibilidade de monitorar as imagens das câmeras. Não se pode descartar, a possibilidade realmente dele ter visto a decoração, pois uma das câmeras pega bem de frente a decoração que meu irmão tinha feito para o aniversário dele", disse.>