Corpos de bebês são trocados em hospital de Itabuna e um deles é enterrado por engano

Polícia Civil investiga o caso

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  • Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2022 às 18:52

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução/Santa Casa de Misercórdia de Itabuna

Ocorreram dois óbitos nas Unidades de Tratamenti Intensivo (UTI) do Hospital Manoel Novaes, referência no atendimento materno-infantil, localizado em Itabuna, no sul da Bahia, na manhã de sábado (15). No mesmo dia, o necrotério cometeu um erro e trocou os corpos das duas crianças. Uma delas acabou sendo sepultada pela outra família. 

Jociel da Paixão e Vanúzia Reis são moradores da cidade de Ipiaú e são pais de uma das crianças que veio a óbito. Eles estavam com o filho, Jailson, internado há 45 dias na UTI Neonatal do hospital. 

Ao chegar à unidade hospitalar, Vanúzia não reconheceu o corpo como sendo do filho e registrou uma denúncia na delegacia. O departamento jurídico da Santa Casa de Itabuna foi acionado pelo serviço social do hospital e passou a acompanhar o caso. 

O jurídico identificou os pais de João Miguel, de 1 mês e 28 dias, que havia falecido no mesmo dia com suspeita de Covid-19. Por conta da suspeita, Leandro Dias de Sá e Jocélia da Hora Pereira não conseguiram ver o corpo do seu filho para identificação e enterraram Jailson no mesmo dia. 

“Só vi quando meu filho já não tinha mais vida e eu fiquei no quarto. Depois disso, eles pediram para que eu fosse para a recepção, e eu não tive mais acesso ao corpo do meu filho, porque eles colocaram lá como suspeita de Covid. De lá, levamos ao cemitério e fizemos um enterro”, contou Jocélia à TV Santa Cruz. 

Nesta segunda (17), o juiz Gláucio Rogério Lopes Klipel, da 4ª Vara dos Feitos Relativos às Relações Institucionais Cíveis, concedeu a liminar ao Cemitério Campo Santo, autorizando a exumação do corpo de Jailson. 

“A dor que nós estamos sentindo por dentro é essa, da gente enterrar um filho errado e ter que enterrar o nosso agora”, completou a mãe de João Miguel. 

O Hospital Manoel Novaes informou que possui um procedimento operacional padrão, que determina e orienta como se dá a identificação dos corpos e a liberação para os serviços de verificação de óbito. 

“A unidade ainda ressalta que não medirá esforços para continuar a dar assistência aos familiares, prestar todos os esclarecimentos necessários e ainda verificar a necessidade de adequação dos processos internos adotados no hospital”, informou em nota. 

A 1ª Delegacia Territorial de Itabuna apura as circunstâncias da troca de corpos dos dois bebês que estavam internados no Hospital Manoel Novaes. Os funcionários do hospital serão intimados para prestar esclarecimentos.