Cotidiano e paraíso: a obra de Gustavo Rosa

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  • Cesar Romero

Publicado em 25 de novembro de 2019 às 05:00

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Lançado em São Paulo pela editora Yellow Editores, o livro Gustavo Rosa – A Invenção do Paraíso, do crítico de arte Jacob Klintowitz. O compêndio tem 306 páginas, fartamente ilustrado com policromias. Papel couché mate 150 g/m², capa dura, bilíngue – português / inglês numa tradução da AllType Translations, pelo Instituto Gustavo Rosa e reúne um conjunto de obras - pinturas e desenhos – catalogados entre janeiro de 2014 a junho de 2019. Um trabalho didático numa Oficina de Criatividade com alunos portadores de deficiência intelectual. Também o livro é uma análise séria e profunda da arte de Gustavo Rosa, com ordenamento de imagens.

Um livro de arte retém informações que no curso do tempo se faz história. Esta publicação promove o resgate, a catalogação, a divulgação e a democratização da obra de Gustavo Rosa que faleceu aos 66 anos, em 2013. O artista pintou temas diferentes, com as informações que via no dia a dia, no cotidiano, com sua poderosa intuição, seu instinto natural e assim surgiram gatos, cães, pássaros, melancias, caras, banhistas, naturezas mortas. Gostava das formas e dizia que em artes visuais o essencial era o desenho. Buscando honrar seu passado, Gustavo Rosa nos trouxe referências novas, de um tempo infantil, simplificando formas e acendendo cores, que brincam na superfície das pinturas e desenhos. Gustavo Rosa traz em seus trabalhos uma geometria sensível, lírica, comovente.

Para o estudo do pintor, Jacob Klintowitz buscou referências sutis entre artistas e poetas consagrados e fez aproximações. Jacob Klintowitz tem texto culto, pragmático, argumentações sólidas, reflexivas. O fazer crítico está no campo da produção do conhecimento, na convivência com a arte e artista e suas trocas de saberes. Gera uma nova meditação para o produto artístico e estabelece pontos de contato entre a obra realizada e público. Klintowitz traz análises bem fundamentadas e critérios aos juízos de valor. Tem o contentamento, o enlace pela palavra. Jacob Klintowitz escreveu com profunda delicadeza sobre o artista.

Também o crítico, buscou falar da sua simplificação infantil, do amor pelo grafismo, harmonia das formas, o desejo do artista de descobrir sua criança interna. O trabalho do crítico é buscar estratégias de comunicabilidade, apoiado nos fundamentos das ciências humanas, despertar sentimentos e ativação dos órgãos dos sentidos. O encontro da obra de Gustavo Rosa com Jacob Klintowitz é um enlace poderoso, tem de ambos um pacto com a criatividade. A obra de Jacob Klintowitz ocupa hoje um brilhante lugar no conjunto das notoriedades brasileiras.