Cresce índice de infestação do mosquito da dengue em Salvador

Percentual de casas com larvas do Aedes subiu de 1,8% para 2,7%

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  • Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2018 às 17:26

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO

O Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa), realizado entre os dias 9 e 13 de abril, apontou que o Índice de Infestação Predial (IIP) em Salvador passou de 1,8% (registrado em janeiro) para 2,7%. Isso quer dizer que a cada 100 imóveis visitados, aproximadamente três apresentaram focos do mosquito. 

O estudo revelou ainda que os depósitos preferenciais estão dentro dos domicílios como baldes, tonéis e outros recipientes utilizados para armazenamento de água.

Divulgado pela prefeitura, o LIRAa também apontou que o número de áreas com alto risco para epidemia das doenças transmitidas pelo Aedes no município passou de 10 para 14 bairros. 

Bairros A localidade de Fazenda Coutos (10,1%) foi a que expôs o maior índice de infestação. Por outro lado, o bairro de Brotas com 0,7%, apresentou o menor indicador da cidade, o que significa dizer que possui baixo risco de uma epidemia das patologias nessa região da capital. 

De acordo com a subgerente das Arboviroses do CCZ, Isolina Miguez, as condições climáticas apresentadas nesse período do ano é um dos fatores que contribuem para a proliferação do mosquito. 

"Vários fatores contribuem para o aumento do indicador nesta época do ano. As condições climáticas com chuvas intercaladas com momentos de forte calor facilitam a reprodução dos mosquitos”, comentou Isolina. 

Outro fator a ser considerado, segundo ela, é o “armazenamento de água em depósitos a nível de solo, local onde as equipes de campo mais encontram focos do Aedes aegypti, sendo que esta situação está ligada à intermitência no fornecimento de água”. 

“Naturalmente, quando não há um fornecimento regular de água nas residências, as pessoas buscam se organizar através do armazenamento em recipientes, que são prato cheio para proliferação do vetor se não estiverem devidamente tampados ou cobertos”, complementou.

Atividades de campo  Para o enfrentamento das arboviroses (dengue, zika vírus e chikungunya), a prefeitura retomará nesse mês de maio os “faxinaços” por toda a cidade com o objetivo de eliminar focos e criadouros dos vetores. 

"Estamos mantendo as ações de rotina, como os mutirões de limpeza nos bairros prioritários, em parceria com a Limpurb. Nessa mobilização, intensificamos as visitas casa a casa, além de trabalhos de manejo ambiental, limpeza, remoção e descarte de lixo ou quaisquer outros materiais que possam se tornar criadouros nessas localidades", afirmou Isolina.

Casos das doenças  Apesar do aumento da infestação, segundo a prefeitura, a capital baiana tem apresentado queda acentuada no número de casos confirmados de dengue, zika vírus e chikungunya. 

Os dados apontam para a eficácia das estratégias aplicadas pelo município no controle da infestação pelo mosquito Aedes aegypti – que também é responsável pela transmissão do vírus da febre amarela, embora até agora só haja registros em micos e macacos – nos 12 distritos sanitários da cidade. 

Entre janeiro e abril deste ano, 704 casos de dengue foram notificados contra os 1.075 do mesmo período do ano passado. 

Em relação à zika, o registro foi quase quatro vezes menor, com 36 suspeitas de infectados até abril contra 135 no ano anterior. 

Já a chikugunya, são 29 ocorrências sob suspeita conta 118 notificações nos primeiros quatro meses do ano passado.