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Da Redação
Publicado em 10 de maio de 2021 às 10:35
- Atualizado há 2 anos
Crianças têm mais chance de serem infectadas por adultos do que de transmitirem a covid-19 para eles, ou seja, de passarem o vírus adiante, segundo estudo coordenado pela Fiocruz. >
De acordo com reportagem de O Globo, os pesquisadores analisaram a transmissão da covid na comunidade de Manguinhos, entre maio e setembro do ano passado. Todas as crianças que testaram positivo para o coronavírus tiveram contato anterior com adultos ou adolescentes com sintomas da doença. >
Apesar disso, é preciso considerar que o estudo foi feito em um momento diferente da pandemia, quando a variante P.1, mais transmissível e mais dominante hoje em dia, ainda não estava em cena. O distanciamento social da época também era maior, avalia a coordenadora do estudo, Patrícia Brasil, do Laboratório de Pesquisa Clínica em Doenças Febris Agudas do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz.>
Mesmo assim, Patrícia avalia que não faz sentindo manter as escolas fechadas enquanto outras atividades já foram retomadas, como comércios e restaurantes. "A vacinação dos profissionais de educação, no entanto, é essencial para a reabertura", considera.>
O papel das crianças na pandemia foi objeto de muitas dúvidas. Inicialmente se acreditava que elas poderiam ser grandes transmissoras, como acontece com outras viroses respiratórias, e que teriam maior facilidade em se contaminar porque não conseguiriam manter as medidas de distanciamento e higiene apropriadamente.>
Mas as crianças não tiveram papel significativo na propagação da doença - vale considerar que as escolas permaneceram fechadas a maior parte desse tempo. Elas também são o grupo menos atingido pela covid-19. "A criança não é o maior transmissor da covid-19", diz a epidemiologista Marilia Sá Carvalho, da Fiocruz, também autora do estudo.>
A pesquisa continua sendo feita para descobrir como está a transmissão este ano, com ação das novas variantes do coronavírus. O estudo já concluído, que contou também com pesquisadores da Escola de Medicina Tropical e Higiene de Londres, será publicado na revista Pediatrics, da Sociedade Americana de Pediatria. >