Crises em série na Educação

As notícias que marcaram a semana

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  • Divo Araújo

Publicado em 19 de maio de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Em Salvador, manifestantes se reuniram na Praça Castro Alves (Foto: Marina Silva/CORREIO) A capacidade do governo federal de criar problemas na área de Educação parece não ter fim. E, em todos eles, a emenda sempre é pior, como preconiza a máxima popular. Na quarta-feira, em dia de atos contra os cortes no setor, milhares de pessoas saíram às ruas de mais de 240 cidades, em manifestações que o presidente Jair Bolsonaro afirmou serem feitas por “imbecis, que estão sendo usados como massa de manobra”. A portas fechadas, os próprios auxiliares do presidente admitiram que ele ajudou a inflamar os protestos ao atacar os manifestantes.

Os atos ocorreram no mesmo dia em que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, participou de uma audiência na Câmara Federal em que imperou o clima hostil. Weintraub provocou os deputados ao defender o uso de recursos recuperados de corrupção na área, afirmou ter a ficha limpa e não ter passagem pela polícia. Ainda disse ter carteira assinada e questionou se os deputados sabiam o que é isso. Foi vaiado por alguns parlamentares. Confusão generalizada toma conta do plenário em audiência com Weintraub (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) Na quinta, em plena ressaca dos protestos, Bolsonaro tentou contemporizar, mas deu declarações conflitantes. Ainda em Dallas, disse que não é o responsável pelos cortes na Educação e que a medida está sendo tomada para que não sofra um processo de impeachment no futuro. “Quem decide corte não sou eu”. Mas, na sexta voltou a descrever os manifestantes como massa de manobra: “Dilma cortou 10 bilhões da Educação e doou 50 bilhões para países amigos (algumas ditaduras). Quem participou dessa manifestação e não tinha conhecimento disso eu lamento, mas foram usados como massa de manobra pelo bando do Lula livre”.

Também na quinta, um novo incêndio ocorreu com a demissão de Elmer Vicenzi da presidência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais (Inep). Não foi uma baixa qualquer - o órgão que ele dirigia é responsável pelo Enem, o maior vestibular do país. Segundo a deixar o cargo no governo Bolsonaro, o ex-delegado da Polícia Federal precipitou sua demissão ao requisitar, a pedido da cúpula do ministério, o acesso a dados dos alunos que constam dos censos estudantis. O desejo do MEC com os dados sigilosos era emitir carteirinhas estudantis e minar a principal fonte de renda da União Nacional dos Estudantes (UNE). Elmer Vicenzi, presidente do Inep, foi demitido (Foto: José Cruz/Agência Brasil) A confusão pode produzir impacto no Enem, que já enfrenta o desafio logístico de arrumar uma nova gráfica para imprimir o exame para cinco milhões de estudantes - a gráfica anterior declarou falência. Desafio que ficará para Alexandre Ribeiro Pereira Lopes, o terceiro presidente do Inep nomeado. “O cronograma do Enem está mantido”, assegurou. Essa não será a única crise que Lopes deve enfrentar. Bolsonaro já acusou a prova de ecoar a “doutrinação marxista” e disse mais de uma vez que gostaria de vê-la antes - o que, da mesma forma, contraria as regras legais.

Barbárie na internet (Foto: Reprodução) É de arrepiar a audácia das facções criminosas que exibem nas redes sociais vídeos dos ‘chamados tribunais do tráfico’. São cenas estarrecedoras de ameaças, humilhações, espancamentos, torturas e assassinatos. Como a de duas mulheres que apanharam, no bairro de Tancredo Neves (antigo Beiru), porque levaram à comunidade do Buracão pessoas que não eram do local. Ou a de um rapaz atacado a pauladas por quatro homens em Simões Filho.

Esse exibicionismo perverso é a arma das facções para aumentar a reputação sobre os rivais e levar terror às comunidades dominadas pelo tráfico. Para o professor de Sociologia da Ufba Eduardo Paes Machado, o que move esses criminosos é mostrar força para outras facções. “Quanto mais violência, maior é a reputação”, disse ele à reportagem do CORREIO.

Queimou a largada

A semana começou com uma saia justíssima para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que assumiu um compromisso com ele para indicá-lo para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). “A primeira vaga que tiver, eu tenho esse compromisso com Moro, e se Deus quiser nós cumpriremos esse compromisso”.

Apesar dos elogios feitos na sequência, a declaração não pegou nada bem e o ex-juiz da Lava Jato se apressou em dizer que não tinha nada acertado. “Não vou receber convite para ser ministro e estabelecer condições sobre circunstâncias do futuro que não se pode controlar”, justificou. De nada adiantou: a declaração expôs Moro antecipadamente e aumentou o desgaste que ele vem enfrentando no Congresso. “A minha avaliação é que ele (Bolsonaro) queimou a largada”, afirmou o próprio líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP).

Quem reinará?

A última temporada de Game of Thrones, que termina neste domingo (19), vem mexendo com a cabeça dos fãs. Muitos estão insatisfeitos com o desfecho da série e querem que “refaçam a oitava temporada com autores competentes”. Mas o que vem tirando o sono de muitos é a identidade da pessoa que reinará: na casa de apostas inglesa, William Hill Sansa Stark segue de perto seu irmão, Bran, que recebeu cerca de 50 mil libras em apostas. Bran Stark: o mais cotado para assumir o trono nas casas de apostas de Londres (Foto: Divulgação) Em terceiro está Tyrion, que talvez não tenha uma vida muito longa depois de ter traído sua rainha. Jon e Danerys aparecem na sequência, depois de caírem várias colocações ao longo da temporada. Até um possível bebê dos dois surge na lista, mas apenas em oitavo lugar.

Confira a lista completa:

1 ● Bran Stark 2 ● Sansa Stark 3 ● Tyrion Lannister 4 ● Jon Snow 5 ● Daenerys Targaryen 6 ● Gendry 7 ● Arya Stark 8 ● Bebê do Jon e da Daenerys 9 ● Samwell Tarly 10 ● Davos

Canonização Aumenta procura por souvenirs de Irmã DulceDesde que o Vaticano anunciou a canonização de Irmã Dulce, o telefone das Osid não parou. Muitos queriam encomendar um souvenir, como uma imagem ou pedaço do hábito da freira. Outros, como o motorista José Carlos Sena, levaram a família para conhecer o memorial dela (Foto: Evandro Veiga/CORREIO) Frase'Eles querem me tirar da parada? Tiraram. Eu vou ficar quietinho agora, não me meto mais na política brasileira. O Brasil escolheu o seu caminho. Escolheu confiar em pessoas que não merecem a sua confiança e agora vai se danar',Olavo de Carvalho, um dos principais influenciadores do bolsonarismo afirmou que vai deixar de ‘se meter’ na política. Na entrevista em vídeo para o site Crítica Nacional, ele não explicou qual foi o caminho escolhido pelo Brasil (Foto: Arquivo CORREIO) Rápidas

● PIB: Nuvens escuras pairam sobre a economia. Confirmando o pessimismo do mercado, o Banco Central divulgou que o PIB teve retração de 0,68% no 1º trimestre.

● Emprego: Também no 1º trimestre de 2019, a Bahia teve taxa de desocupação de 18,3%, a segunda maior do país e acima da verificada no 4º trimestre (17,4%).

● Dólar: A piora do ambiente político e a guerra comercial entre EUA e China levaram o dólar a fechar em R$ 4,10, a maior cotação em oito meses. Redes sociais A vez de Caio Blat (Foto: Reprodução/TV Globo) A lista é longa: José Mayer, Morgan Freeman, Gerard Depardieu, Kevin Spacey, Ben Affleck, Dustin Hoffman, Steven Seagal. Em comum, eles têm o fato de serem atores e terem sido acusados de assédio sexual. Agora, chegou a vez de Caio Blat, 38 anos, denunciado por uma colega dele na novela O Sétimo Guardião. Em nota, ele disse que “o assédio é uma atitude covarde, assim como uma denúncia sem provas e sem autor”. A Rede Globo afirmou que vai apurar a denúncia. “A ouvidoria da empresa já foi acionada”.