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Miro Palma
Publicado em 24 de janeiro de 2020 às 05:00
- Atualizado há um ano
Tenho certeza que depois da última declaração, o técnico Maurizio Sarri, atual comandante da Juventus, conquistou a sua carteirinha de fã número um do jogador Cristiano Ronaldo. Se ela ainda não chegou pelos correios em sua casa, já deve estar a caminho. Após a vitória sobre a Roma por 3x1, pela Copa da Itália, anteontem, o italiano não poupou adjetivos para descrever o craque. “Cristiano está em uma condição física e mental extraordinária, está marcando em um ritmo impressionante. Um defeito? Difícil de melhorar, é um dos maiores de todos os tempos. Se eu ainda pudesse melhorar algo seria uma grande sorte”, disse o técnico durante a coletiva de imprensa. Não bastasse toda a exaltação, Sarri ainda parabenizou a mãe do português por, segundo ele, “criar um espécime assim”.
Antes disso, no último domingo, depois do triunfo da Velha Senhora sobre o Parma por 2x1, pelo Campeonato Italiano, o treinador disse ao jornal Corriere Dello Sport que “Cristiano Ronaldo é um grande ‘animal’ que vive para fazer gols”. Não satisfeito, completou afirmando que “ter 11 gols em seis ou sete jogos não é normal”. Mas calma que tem mais.
No último dia 15, durante a coletiva de imprensa que sucedeu o chocolate da Juve na Udinese, mesmo sem a presença de CR7 em campo por conta de uma sinusite, Sarri disparou que “gostaria de ajudar Cristiano Ronaldo a se tornar o melhor jogador do mundo pela sexta vez”. Como um bom fã, o italiano disse que o “incomoda” ver outro jogador com mais bolas de ouro do que o português. Receba essa, Messi. Empenhado em mudar esse cenário, o comandante garantiu que levar Cristiano Ronaldo a conquistar o sexto troféu é um objetivo tanto dele, quanto de toda a equipe. “Queremos ajudá-lo, é um objetivo que merece”, disse o fã, digo, o treinador.
A rasgação de seda, apesar de divertida, é compreensível. Por mais inusitado que seja ver um técnico tão fascinado por um jogador, não podemos condená-lo. Cristiano Ronaldo é, realmente, um atleta raro no mundo do futebol. E ele tem quase 35 anos. Mais ainda quando analisamos essa vontade, seguida de afinco, para superar o outro exemplar desse espécime: Messi.
Depois de dez títulos de melhor jogador do mundo divididos irmãmente entre os dois atletas, ninguém esperava que, após o croata Lukas Modric quebrar essa corrente, Messi e CR7 reacenderiam essa disputa já no ano seguinte, com o sexto troféu do argentino. E se para o português essa disputa é, talvez, a mais importante da sua carreira, para o argentino a rivalidade não fica atrás. Após levar o prêmio ano passado, Messi confessou que "doeu" ver Cristiano se igualar a ele. “Não estava mais no topo sozinho”, acrescentou. Por hora, ele por respirar aliviado. O topo agora é dele, só dele.
Só não relaxa muito, Messi. Porque o português, com coque samurai e tudo, não vai sossegar enquanto não alcança-lo e, quem sabe, pela primeira vez conseguir superá-lo. Se, antes, já não faltava ânsia e empenho por parte do atleta, agora, com torcida organizada, a motivação pode ficar ainda maior. Se ele vai conseguir o feito, só o tempo dirá. Mas, no que depender do esforço e do desejo de Maurizio Sarri, Cristiano Ronaldo já pode se considerar o melhor jogador de todos os tempos.
Miro Palma é jornalista e subeditor de Esporte