Cúpula da polícia diz que Rui está decidido a exonerar secretário de Segurança Pública

Por Jairo Costa Júnior

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Publicado em 26 de maio de 2022 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Integrantes do alto escalão das polícias Civil e Militar dão como certa a exoneração do secretário de Segurança Pública, Ricardo Mandarino, desgastado pelo avanço veloz da violência em Salvador e, sobretudo, por recentes declarações sobre o uso de drogas. Oficiais com cargos de comando na PM e delegados graduados da Civil garantem que o governador Rui Costa (PT) já estaria decidido a demitir o chefe da SSP, mas procura saídas honrosas para reduzir danos ainda maiores à imagem de Mandarino. A hipótese mais provável, afirmam as fontes, seria uma exoneração a pedido por questões de saúde. Na bolsa de apostas, o nome do atual subsecretário da pasta, Hélio Jorge, desponta como favorito para assumir o cargo.

Nuvem de fumaça Fragilizado pela crescente onda de crimes, Mandarino acelerou o passo rumo à porta de saída ao se posicionar publicamente a favor da descriminalização da maconha, defender o uso recreativo e elogiar a capacidade da droga para, segundo ele, aflorar a criatividade e desenvolver a emancipação mental do usuário.

Maré contrária Inicialmente, Rui Costa resistia às pressões para exonerar o juiz federal aposentado, que assumiu a secretaria no fim de dezembro de 2020, após a Operação Faroeste derrubar o delegado da PF Maurício Barbosa, todo-poderoso da SSP por mais de dez anos. Contudo, mudou de ideia diante da repercussão negativa gerada pelas declarações polêmicas de Ricardo Mandarino sobre a maconha, amplificada com a enxurrada de críticas disparadas por eleitores afetados pelo salto da violência e os ataques em massa de líderes da oposição. De acordo com um influente membro do núcleo político do Palácio de Ondina, o governador pode até recuar, mas está plenamente convencido dos prejuízos decorrentes de manter o secretário durante uma eleição em que a insegurança será a grande vidraça da campanha.

Revolta na tropa Interlocutores do governo junto ao andar superior das forças de segurança no estado alertaram o entorno de Rui Costa de que a permanência de Ricardo Mandarino na SSP deixou de ser problema apenas político e eleitoral. Em síntese, a imensa maioria dos policiais se recusa a reconhecer o secretário como autoridade central e alguém capaz de estancar a criminalidade.

Troca-troca Com base nas últimas pesquisas encomendadas para orientar a pré-campanha de ACM Neto (União Brasil), caciques da oposição estão convictos de que só há uma chance, embora remota, de ocorrer segundo turno na disputa pelo governo da Bahia: o ex-ministro da Cidadania João Roma (PL) romper a marca de 25% dos votos válidos. Por outro lado, ironizam, Roma poderia passar de fase, em vez do petista Jerônimo Rodrigues.

Após a fogueira Apesar da ansiedade dos dirigentes do Republicanos e do PDT, dois partidos que duelam pela vaga de vice na chapa de ACM Neto, o ex-prefeito de Salvador sinalizou a aliados que o veredito dificilmente sairá antes do São João. No máximo, até a primeira semana de julho. Durante a pandemia, vimos aumentos absurdos no preço de máscaras, álcool em gel e testes. Atualmente, essa prática é considerada apenas abusiva pelo Código de Defesa do Consumidor, mas não é crime Angelo Coronel, senador pelo PSD da Bahia e autor de um projeto que criminaliza tais condutas em situações de emergência social, calamidade e epidemias