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Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2022 às 17:49
- Atualizado há 2 anos
A primeira fase do Campeonato Baiano virou um tormento para o Vitória, que foi eliminado ainda na etapa inicial da competição nos últimos três anos. E, atualmente, o Leão está fora do G4, na 6ª colocação. Mas pode retornar à zona de classificação neste fim de semana, se vencer o Vitória da Conquista.>
Nesta luta por uma vaga na próxima fase do estadual, veio um alento. Pela primeira vez desde que a temporada começou, o técnico Dado Cavalcanti teve dez dias livres, voltados apenas para treinamentos. O treinador avaliou o período de trabalhos, e falou sobre a pressão pela classificação.>
"Entendo que existe uma expectativa muito grande em torno da nossa participação no estadual. É também uma expectativa interna, dos nossos jogadores, da comissão técnica, direção. Realmente, os resultados contribuíram. Mas entendo que o mais importante é o que a gente vem fazendo internamente nos treinamentos, na seriedade que estamos encarando essa competição. Os resultados podem ser melhores, mas visualizo que, quando a nossa equipe joga, mais próximos da vitória estamos", afirmou, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (10)."Nosso objetivo é repetir atuações que tivemos nesse campeonato, com um pouco mais de eficiência, principalmente ofensiva, para conquistar os resultados. Focar no que nos compete, que é nosso trabalho interno, em fazer nosso melhor diariamente, para que a gente chegue forte nesse jogo de domingo e conquiste os pontos necessários para ficar em cima na tabela", completou.Durante esse período de preparação, Dado ganhou uma notícia boa: a contratação do atacante Santiago Tréllez. O treinador ressaltou a importância do colombiano, de 32 anos, para o elenco rubro-negro. E fez um comparativo com Jadson que, aos 38 anos, é uma figura de liderança na equipe.>
"Já tinha falado muito da importância do Jadson em campo. E também no ambiente. É um cara que assumiu muito a condição de líder e, não a toa, carrega a braçadeira de capitão. Principalmente pelos exemplos que ele tem trazido internamente, no nível de profissionalismo", comentou.>
"Tréllez é um jogador que vai cumprir as mesmas expectativas. Informações que temos é de um jogador extremamente profissional, muito dedicado, que treina ao extremo. Chega antes para fazer os trabalhos na academia e fisioterapia, e sai por último. É um cara que se cuida demais. São esses bons exemplos que fazem com que nosso grupo evolua. Que os mais jovens olhem e percebam que é ali que querem estar. Esses bons exemplos são muito saudáveis. A condição técnica, nós vamos entendendo nos jogos o que vai ser melhor, posicionamento, quanto tempo vai aguentar, parte física. A presença de jogadores com essa experiência - e, principalmente, com exemplos positivos - é muito importante para os jovens", seguiu.>
Vale lembrar que, apesar do reforço já ter sido anunciado, ainda não há data para a estreia de Tréllez. Para poder voltar a registrar novos jogadores, o clube precisa antes regularizar a situação na Fifa. >
O colombiano, aliás, pode não ser a única contratação Vitória em 2022. Após uma maratona de acertos no fim do ano passado, o Leão pode também fechar com mais um veterano: o goleiro Wilson, de 38 anos, que atuou no clube entre 2013 e 2015. Dado, porém, preferiu não comentar sobre a possibilidade.>
"Expectativas são condições criadas. Eu, particularmente, não alimento expectativas, justamente para não deixá-las ainda maiores. O nome de Wilson traz boas recordações para nosso torcedor, mas não vou alimentar especulações, não vou criar nenhum tipo de rumor. Só converso oficialmente dos jogadores contratados pelo Vitória, com contratos assinados, como é o caso do Tréllez, que já foi anunciado recentemente", afirmou.>
Por outro lado, o técnico falou sobre a situação de outro veterano e ídolo: Dinei, de 38 anos e sem jogar há seis meses, desde quando lesionou o ligamento cruzado do joelho, no final de julho de 2021. Em recuperação, ele já voltou a treinar com o grupo e deve retornar aos gramados em março."Pretender não é poder. Gostaria muito que Dinei tivesse condições de jogar na próxima partida, mas ainda vai demorar um pouco. O fato de ele estar voltando a treinar com o grupo é uma sinalização, mas ainda está aquém das condições. Não só física, todo o contexto de recuperação. A gente respeita o protocolo. O que posso adiantar é que ele não vai entrar em campo no mês de fevereiro pelo Vitória. Talvez em março", projetou Dado."Um jogador como Dinei, quando tem uma lesão tão grave como foi, que ficou dois, três meses sem poder colocar o pé no chão, ele precisa reaprender a andar. Depois, ele vai reaprender a trotar. Precisa ganhar muita massa muscular perdida pela imobilização do membro. Ele acaba perdendo de biomecânica e se adapta a uma nova corrida, nova marcha. Como ele chutava antes não será como chutará agora. O centro de gravidade muda, ele está se readaptando. Por isso, é muito difícil pensar em Dinei em campo, dando seu 100%. Vamos esperar um pouco mais", explicou o técnico.>
O Vitória encara o Vitória da Conquista neste domingo (13), às 16h, no estádio Lomanto Júnior, pela 5ª rodada do Campeonato Baiano. O Leão está na 6ª colocação, com cinco pontos em quatro partidas. Já o Bode é o lanterna, com apenas um ponto.>
Veja outros trechos da entrevista de Dado Cavalcanti:>
O que fazer para voltar a vencer? Manter a seriedade do trabalho que vem acontecendo até então. Com esse ímpeto, que entendemos que tem nos feito ter boas participações em campo, bons jogos. Quando mais jogarmos, mais próximos da vitória vamos estar. Nossa ideia é sempre essa, jogar mais que nosso adversário. Assim, sei que vou estar muito mais próximo da vitória que ele.>
Importância dos próximos dois jogos É o pensamento por partes. Só se fala no Vitória da Conquista aqui. Até porque haverá uma lacuna até o próximo jogo, um período grande. O foco está no próximo confronto, que é de grande importância para nossa sequência no campeonato. Foi dada a chance para voltar para o G4 ainda nessa rodada. E o foco e concentração estão voltados para esse jogo. >
Sinal de alerta com posição na tabela O inconformismo interno é o mais importante, independente da quantidade de pontos ou da classificação. Inconformismo para entender que éramos para estar em outra colocação. E é essa condição que pode nos jogar para cima. Penso que estamos com foco, concentração. Que poderíamos também ter bons resultados em outros jogos e não tivemos. É tentar relativizar essa situação. Mas buscando sempre o melhor que a gente pode fazer, os pontos necessários para estarmos sempre à frente da tabela, que é onde o Vitória merece estar.>
Jogadores estão entendendo o que é passado? Acredito muito nessa assimilação, independente dos resultados dos jogos. Exceto o jogo contra a Jacuipense, que não fomos dominantes, mas também não fomos dominados. Nos outros três jogos, fomos sempre superiores aos nossos adversários. Isso é uma prova do que estamos fazendo, da força que o Vitória tem. Essa, para mim, é uma lógica muito clara, uma condição de busca por evolução. Entendo sempre que, quanto mais nós jogarmos, mais próximos da vitória vamos estar. Essa é a frase de ordem aqui. >
Cobrança interna A condição técnica é uma fundamentação do jogo. O jogador que não tenha a parte técnica aprimorada vai ter muita dificuldade. As condições de treinamento seguem geralmente uma certa lógica: aquecimento, treinamento específico e os complementos. As deficiências não podem ser tratadas apenas em complementos pós-treino. É uma lógica que foi vivida muito tempo. Os complementos existem e a gente trabalha independente das necessidades. Às vezes, em cima das virtudes também. Jogadores que são bons na finalização precisam treinar complemento para ficarem melhores ainda. As deficiências, tratamos de trabalhar com complementos e atividades previas. O corpo não estará tão cansado assim. Trazemos também feedbacks de vídeo. Não adianta provar os erros, mas mostrar prováveis soluções. Essa questão de cobrar apenas, para mim, não basta. A cobrança precisa existir, mas, acima de tudo, o direcionamento para os acertos. Esse é o meu maior trunfo, ter essa paciência de alertar os atletas de forma individual. Mas lembrando que quem toma as decisões em campo são os atletas. O treinador que decide pelos atletas está dificultando a vida dele nos jogos. É a descoberta guiada. O treinador direciona para que eles tomem a melhor decisão.>
Como fazer a torcida entender o momento Entendo que é muito difícil, e respeito o lado do torcedor. Por isso, tento também não bater muito nessa tecla, não gastar tanta energia tentando convencê-los de que nós estamos caminhando, evoluindo. A minha preocupação é respaldar essa evolução com bons jogos. É o mais reconfortante em cima dos resultados que ainda não vieram da forma que esperamos. >