Daniela Mercury escreve carta para Fux sobre criminalização da LGBTfobia

Ela pediu reunião para falar do assunto e criticou AGU, que quer revogar decisão do STF

Publicado em 18 de outubro de 2020 às 08:07

- Atualizado há um ano

. Crédito: Celia Santos/Divulgação

A cantora Daniela Mercury pediu encontro em caráter de urgência com o Observatório de Direitos Humanos, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para falar sobre o pedido da Advocacia Geral da União (AGU) para revogar a criminalização da homofobia e da transfobia junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ela também escreveu uma carta ao ministro Luiz Fux, presidente da Corte, solicitando uma reunião para debater o assunto. Fux também é presidente do CNJ.

No ano passado, o STF equiparou a homofobia ao crime de racismo. Na época, Daniela e a mulher, a empresária Malu Verçosa, acompanharam pessoalmente os debates. "A petição da AGU é vaga, não explica a que tipo de situações de fato se refere, mas visa a legitimar condutas discriminatórias", escreveu a cantora.

A baiana compara o pedido da AGU à segregação que o apartheid manteve na África do Sul, afirmando que o regime pregava que todos eram iguais, mesmo tendo essa segregação amparada na lei. "Não podemos aceitar isso em nosso país, notável pela diversidade social e cultural, que não admite discriminação, que não admite discriminação das pessoas LGBTI+. É o que o STF já decidiu", diz.

Ela continua:  "Apelamos ao CNJ para que reforce a garantia da liberdade de expressão da população LGBTI+, para que ela não seja discriminada pelo simples fato de viver de forma livre e feliz, sem vergonha de vivenciar plenamente sua orientação sexual ou sua identidade de gênero". Leia a carta completa.