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Gil Santos
Publicado em 25 de janeiro de 2020 às 18:34
- Atualizado há 2 anos
O vai e vem agitado da Praça Municipal, no Centro de Salvador, ganhou um incentivo a mais neste sábado (25). O Projeto Axé usou o espaço para realizar mais uma edição do programa Coisas do Sim, que reuniu apresentações musicais, de dança, capoeira, moda e artes plásticas no local. A criatividade foi o que deu o tom das peças (Foto: Gil Santos/ CORREIO) As ações foram realizadas por jovens que fazem parte do projeto e eles adoraram as atenções que receberam. O casal de turistas Helena Fernandes, 41 anos, e Diogo Sampaio, 45, registraram cada coreografia com o celular. Eles contaram que chegaram em Salvador na quinta-feira (23) e estavam esperando um momento de sol para aproveitar a cidade.>
“Achei o projeto bastante interessante. Cultura é transformadora, transgressora, e além de provoca a reflexão, fazer bem para o corpo, para alma e para o coração. Fiquei muito feliz em ver esse tipo de ação em Salvador. Vou voltar para casa cheia histórias para contar”, afirmou Helena. Ela é professora de artes e está visitando a capital baiana pela primeira vez. Professor orienta o grupo que caminhou até a Praça Municipal (Foto: Gil Santos/ CORREIO) Enquanto turistas e baianos se apertavam para conseguir filmar e fotografar as apresentações, as crianças suavam a camisa para fazer bonito. Seis toldos foram montados na Praça Municipal para exposições e coreografias. Um palco foi erguido em frente à prefeitura para os shows musicais, alguns deles foram solos, e outros em dupla ou grupo. Público se aglomera para tentar registrar a apresentação (Foto: Gil Santos/ CORREIO) A recepcionista Gabriela Novaes, 28 anos, levou o filho, o pequeno Rafael, 3, para acompanhar a festa. O menino se esbaldou. Correu, pulou, tentou acompanhar os passos ritmados dos garotos mais velhos e, por fim, dormiu. “Ele cansou, e me cansou junto”, brincou Gabriela.>
O Coisas do Sim começou às 9h e seguiu até às 17h. Por volta das 15h30, os dançarinos deixaram a Praça Municipal e seguiram para a Praça da Sé, onde encontraram com um grupo de percussionistas. Bastou os primeiros tambores soarem para uma multidão se forma no entorno dos músicos. Celulares a postos e a apresentação teve início. Dançarinos suaram a camisa (Foto: Gil Santos/ CORREIO) O rá tá tá tá... foi ressoando pela Praça da Sé e pelas ruas transversais. Foi difícil não se balançar ao toque dos batuques. Crianças e adultos, turistas e baianos seguiram em romaria, no dois pra lá dois pra cá, acompanhando os músicos de volta para a Praça Municipal. Shows musicais também animaram a tarde (Foto: Gil Santos/ CORREIO) Na frente, com os dedos em riste, o professor dava o tom e organizava o som. Atrás, dançarinos profissionais e amadores faziam coreografias. Pelos lados, o público assistia, aplaudia e, claro, registrava. O show terminou com uma apresentação em frente à prefeitura sob o olhar atento de quem via aquilo pela primeira vez e de quem faz questão de assistir sempre que possível.>
“A gente se arrepia. Não sei o que é, só sei que o som dos tambores, o batuque, tudo mexe com a gente. Posso ver dez vezes essas apresentações e sempre vou me sentir tocada. É forte demais”, contou a costureira Amélia Santiago, 54 anos. Evento surgiu de experiências do Projeto Axé (Foto: Gil Santos/ CORREIO) O evento Coisas do Sim é um produto original do Projeto Axé, que há 30 anos trabalha com crianças, adolescentes, jovens e famílias de Salvador em situação de rua ou de extrema pobreza. Ele surgiu de experiências desenvolvidas pelo grupo, dentro e fora do Brasil, e acontece a cada dois anos. A ação tem apoio da prefeitura através da Secretaria Municipal de Promoção e Combate à Pobreza (Saltur).>