De Irará, grupo Psicordélico estreia em Salvador com lançamento de EP

Show gratuito acontece nesta quinta-feira (24), no Teatro Sesi Rio Vermelho

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  • Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2018 às 09:40

- Atualizado há um ano

. Crédito: Jonas Pinheiro/ Divulgação

Vem de Irará, terra de Tom Zé, o Psicordélico, grupo que há cinco anos tem misturado aos versos do cordel sonoridades que remetem ao rock dos anos 70, ao samba, ao forró, ao reggae e à música eletrônica. A fusão de tantos elementos num único projeto remete à própria efervescência cultural da cidade onde o grupo surgiu, mas também às referências que extrapolam os limites geográficos do município localizado a 135km de Salvador. Liderado por  Kitute Coelho, 46, e Irênio Neto, 27, o Psicordélico lançou EP homônimo há um mês e agora se lança em uma série de shows Bahia afora. Amanhã, às 19h30, o grupo faz uma apresentação gratuita no Teatro Sesi Rio Vermelho. “É nossa primeira vez em Salvador e tem sido muito bom perceber o interesse das pessoas pelo nosso trabalho”, diz Kitute, ao revelar que a banda já tem outra apresentação garantida na cidade e em um palco que é um sonho para qualquer músico: a Concha Acústica. “Vamos abrir o show de Zé Ramalho no dia 10 de junho. Para a gente é um prazer imensurável estar no mesmo palco por onde passaram os Novos Baianos, os muitos nomes da Tropicália e onde esteve recentemente o Cordel do Fogo Encantado, todos grandes referências nossas”, destaca.

Para Irênio Neto, que fez todos os arranjos e gravou todo o instrumental do EP, a sensação é de “responsa e felicidade”, até mesmo porque o  show marca a formatura dele na Escola de Música da Ufba. No palco, os dois estarão acompanhados de Nielton Marinho (percussão/bateria) Rodrigo Dantas (baixo), Saulo Ramos (guitarra), Adrian Estrela (teclado e sample).

Público Por conta da proposta sonora tão diversa, o grupo consegue circular por diferentes eventos, desde feira de livros a festivais de rock e de forró. “Uma coisa puxa outra. Acho que seria um pouco menos complicado se estivéssemos num lugar mais central, como Feira ou Salvador”, ressalta Kitute, ao lembar as  dificuldades de  manter a banda numa cidade pequena, onde não há tanto investimento em cultura. É exatamente com essa consciência política que o Psicordélico constrói o “argumento bélico para expressar elementos da cultura popular com os do mundo dentro de um caldeirão”, conforme diz os versos da música homônima à banda. Além dela, outras quatro compõem o EP de estreia do grupo, incluindo a faixa A Maconha que Virou Incenso de Procissão. No show de lançamento, o público vai poder conferir outras composições que não entraram no EP, mas estão garantidas num “disco cheio”, como Canção do Africano, descrita por Kitute como um “poema autoral em parceria com Castro Alves”. Serão apresentadas ainda releituras de músicas de Tom Zé, Belchior, Lenine, Tim Maia, Caetano e Gil. “A galera fica surpresa num primeiro momento, mas na terceira música já dança”, garante.