‘Declaração desastrosa’, diz Bruno Reis sobre fala de Bolsonaro

Presidente da República afirmou que a vacinação contra covid poderia causar Aids

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  • Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2021 às 12:59

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: arquivo CORREIO

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), comentou, nesta terça-feira (26), as declarações feitas pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), na semana passada. Durante a tradicional live de quinta-feira o presidente afirmou que a vacina contra a covid-19 poderia desenvolver HIV, vírus que causa Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (Aids).

O mandatário citou falsos relatórios médicos para sustentar a alegação. A comunidade médica reagiu e, nesta terça-feira, o prefeito comentou o caso depois de ser questionado por um repórter durante a entrega na nova Avenida Adhemar de Barros, em Ondina. 

“Uma declaração desastrosa que não contribui, não ajuda, só faz dificultar a vida dos prefeitos, que estão na ponta com a missão de vacinar. Estamos com a estrutura montada desde 19 de janeiro. Vou fazer um balanço no mês de novembro dos custos da pandemia para a cidade. Os prefeitos são os que têm as maiores responsabilidade e atribuições, e menos recursos para enfrentar a pandemia”, afirmou.

Ele seguiu descrevendo as despesas com a estrutura de vacinação. “Hoje, tenho 1800 profissionais. Paguei hora extra, ontem. Vou pagar hora extra, hoje. Eles estão trabalhando desde de janeiro, muitas vezes no fim de semana. Só de toldos são R$ 500 mil por mês, estruturas que nós colocamos nos drives e pontos fixos para proteger as pessoas que estão tomando a vacina, seja do sol ou seja da chuva. São gastos com alimentação, transporte e guarda municipal protegendo as vacinas. Nós vamos com isso até quando?”, disse.

Bruno Reis concluiu a resposta de forma taxativa. “Eu acho que todos deveriam ter responsabilidade de estimular a vacinação, porque se isso ocorresse com certeza nós ficaríamos livres da pandemia mais rápido”, afirmou.

Depois da repercussão das declarações do presidente, o Facebook, o Instagram e o Youtube removeram a live das plataformas e suspenderam as contas de Bolsonaro por sete dias como punição pela violação das políticas de cada empresa.