Defesa de Kátia Vargas nega perseguição e diz que laudo do DPT é 'falho'

Advogados divulgaram nota nesta quarta-feira (3) afirmando que resultado de perícia 'não corresponde à realidade dos fatos'

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  • Amanda Palma

Publicado em 3 de maio de 2017 às 14:21

- Atualizado há um ano

Os advogados de defesa da médica Kátia Vargas negaram, por meio de nota, que tenha havido perseguição entre ela e os irmãos Emanuel e Emanuelle, como apontou o laudo pericial da reconstituição. Na nota, divulgada nesta quarta-feira (3), eles afirmam que “a conclusão do laudo pericial elaborado pelo Departamento de Polícia Técnica de Salvador é falha e não corresponde à realidade dos fatos. Não houve perseguição e nunca houve intenção de causar o acidente”.  

Ainda de acordo com os advogados, o laudo repete “os erros cometidos ao longo da investigação, a qual sempre se baseou em depoimentos contraditórios e em laudos periciais parciais, que desconsideraram diversos elementos do acidente”.

Na resposta, a defesa diz ainda que os resultados obtidos vão ser “devidamente contestados e desconstituídos”, e que vai elaborar um novo laudo, no qual será evidenciada “inconsistência da tese acusatória”.

Ao final, os advogados reafirmam que a médica Kátia Vargas “sempre agiu em defesa da vida e do ser humano, exercendo a medicina, cuidando de sua família e atuando em causas sociais e trabalhos voluntários, sem nunca ter praticado qualquer ato de violência”. 

A assessoria de comunicação do Departamento de Polícia Técnica (DPT) informou à reportagem do CORREIO que vai analisar a nota e se posicionar sobre o assunto.

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O promotor Davi Gallo, que acompanhou o processo desde o início disse que a resposta dos advogados é uma “análise apaixonada” do caso. “São os peritos oficiais, que estão fazendo o trabalho deles, o laudo é contundente, extremamente técnico, e é isento, sem lados. O laudo analisou a prova tecnicamente. Eles estão fazendo uma análise apaixonada, mas é a parte deles, cabe a eles contestar o incontestável”, opinou.

Já o promotor do caso, Antônio Luciano Assis, espera que o julgamento saia ainda neste ano. “A expectativa agora é que o julgamento saia com a maior brevidade possível. O laudo da reconstituição era o que estava pendente. Agora vai seguir alguns trâmites processuais e esperamos que o julgamento seja marcado”, disse. 

Ainda de acordo com o promotor, existem pautas de julgamentos prevista para os meses de maio, julho e setembro, mas a data vai ser definida pela Justiça. Leia a nota na íntegra:

"A conclusão do laudo pericial elaborado pelo Departamento de Polícia Técnica de Salvador é falha e não corresponde à realidade dos fatos. Não houve perseguição e nunca houve intenção de causar o acidente. O recente laudo insiste em repetir os erros cometidos ao longo da investigação, a qual sempre se baseou em depoimentos contraditórios e em laudos periciais parciais, que desconsideraram diversos elementos do acidente.

Não por acaso, existem no processo outros trabalhos periciais com conclusões absolutamente contrárias às apresentadas pelo Instituto de Criminalística, evidenciando que não houve intenção, por parte de Kátia Vargas, de provocar o acidente. Os resultados obtidos após a reconstituição dos fatos serão devidamente contestados e desconstituídos, ponto a ponto, em laudo a ser elaborado pela Defesa, demonstrando mais uma vez a inconsistência da tese acusatória.

Ao longo de sua vida, Kátia Vargas sempre agiu em defesa da vida e do ser humano, exercendo a medicina, cuidando de sua família e atuando em causas sociais e trabalhos voluntários,  sem nunca ter praticado qualquer ato de violência. Kátia Vargas é inocente, e confia plenamente que será este o entendimento da Justiça quando da análise de todas as provas do processo".