Delegado federal é absolvido de acusação de homicídio sete anos após operação na Bahia

Homem morto pelo delegado não era um dos alvos de mandado de prisão

  • D
  • Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2022 às 17:46

. Crédito: Foto: Divulgação/PF

A Justiça Federal absolveu o delegado da Polícia Federal Carlos Faria Júnior, da acusação de homicídio que vitimou Márcio Néris dos Santos, em 2015, durante a Operação Carga Pesada. Em decisão anunciada na segunda-feira (08), ficou entendido que o agente não agiu com excesso de dolo durante a ação. A sentença foi proferida pelo juiz federal Fábio Moreira Ramiro.

Há sete anos, Márcio Néris dos Santos, que não era um dos alvos de mandado de prisão, teve a  casa invadida pelos policiais federais, e foi baleado com seis tiros pelo delegado Carlos Faria Júnior. Na época, a Polícia Federal afirmou que ele estava armado e resistiu à investida.

A vítima chegou a ser encaminhada para o Hospital Geral do Estado (HGE), na capital baiana, mas não resistiu aos ferimentos. O Ministério Público Federal (MPF) havia denunciado o delegado por excesso doloso, mas afastou a decisão, o que possibilitou a absolvição do agente.

De acordo com a Justiça Federal, a acusação foi afastada após depoimentos das testemunhas de acusação e defesa, além do interrogatório do próprio réu. Com isso, o próprio MPF pediu a absolvição do delegado, junto com a defesa dele.

Relembre a operação

A Operação Carga Pesada iniciou em junho de 2015, para desarticular um grupo criminoso que desviou cerca de R$ 100 milhões em cargas no Porto de Aratu, localizado em Candeias, na Região Metropolitana de Salvador. 

Durante os 10 anos em que o grupo criminoso esteve atuando, os investigados realizaram desvios de carga e mataram pessoas que se opuseram ao esquema. Ao todo, 15 pessoas foram presas. O nome deles não foi divulgado.

A Polícia Federal foi procurada pela reportagem para falar sobre o caso, e afirmou, em resposta, que não comenta decisões judiciais. 

A PF não divulgou o nome dos investigados, mas informou que eles agiam com o apoio de seguranças de armazéns de Aratu, profissionais de controle de acesso, guardas portuários e ao menos um policial rodoviário estadual reformado.