Dengue matou 14 pessoas na Bahia em 2019; ano passado foram três vítimas

No Brasil ocorreu o triplo de óbitos registrados no ano passado

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  • Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Evandro Veiga/CORREIO

O número de mortes confirmadas por dengue na Bahia saltou de três casos, em todo o ano passado, para 14 óbitos, somente nos cinco primeiros meses de 2019. Outros 11 casos suspeitos ainda podem ter relação com a mesma doença e estão sendo investigados.

Segundo a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), entre o dia 30 de dezembro de 2018 e 1º de junho de 2019 foram notificadas 33.487 situações prováveis de dengue no estado. 

No mesmo período do ano passado, foram notificadas 5.973 ocorrências prováveis, o que representa um aumento de 460,6% no número das notificações.  No total, 327 cidades  baianas realizaram notificação para esse agravo. Das 14 mortes confirmadas este ano, Feira de Santana, no Centro-Norte do estado, foi o município com o maior número de ocorrências. A Princesa do Sertão registrou sete casos de dengue, sendo seguida de Candeias (1), Rafael Jambeiro (1), Saubara (1), Jacobina (1) e Parapiranga (1). Salvador teve 2 casos confirmados até o momento.

Dados do Brasil 

Em todo o país, o número de mortes por dengue este ano já é quase três vezes maior do que o registrado no  mesmo período de 2018. De acordo com o boletim do Ministério da Saúde (MS), emitido em 5 de junho, as mortes por dengue confirmadas até 27 de maio no Brasil somam 295. No mesmo momento do ano passado, o país havia registrado 99 mortes pela doença.

Ainda segundo o boletim do MS, São Paulo e Minas Gerais são os estados mais afetados pela dengue e somam 68,3% dos casos prováveis da doença, ou seja, aqueles ainda não confirmados em exames de laboratório.

Os dados do boletim da semana epidemiológica 21, mostram que São Paulo teve mais de 320 mil casos prováveis de dengue até o fim de maio deste ano; enquanto neste momento do ano passado eram  menos de 9 mil.

Já Minas Gerais registrou mais de 322 mil casos no mesmo período deste ano, ante 20,2 mil até  maio de 2018.

Os números da dengue no Brasil em 2019:11 casos suspeitos de dengue estão sob investigação na Bahia.

460,6 é o aumento no número de notificações da dengue na Bahia.

Segundo dados da Sesab, 33.487 prováveis casos da doença foram notificados no Estado até 01 de junho deste ano.

Em 2018, no mesmo período, foram registrados 5.973 ocorrências prováveis da arborirose transmitida pelo Aedes Aegypti.

Em todo o Brasil, 295 pessoas já morreram de dengue este ano, número quase três vezes maior que os óbitos registrados em 2018, diz boletim do Ministério da Saúde.Cinco vezes mais

O número de casos prováveis de dengue no Brasil este ano é cinco vezes maior do que no mesmo período de 2018, num total de 965,04 mil notificações, diz o levantamento do Ministério da Saúde.

Estados como o Paraná registraram um salto de quase 4.000% nos casos prováveis, para 37 mil. Tocantins, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Roraima e Distrito Federal tiveram aumento de 1.000% nos casos prováveis da doença.

Mas, segundo estimativas do ministério, a incidência das doenças causadas pelo Aedes aegypti deve começar a cair ao longo deste ano, principalmente com a chegada do inverno.

Zika e chikungunya

O boletim epidemiológico do Ministério da Saúde contabiliza também os casos de chikungunya e zika no Brasil. Junto com a dengue, as duas doenças são as arborivores de maior ocorrência no país.

A chikungunya teve  15 mortes registradas em 2019: 1 na Bahia, 13 no Rio de Janeiro e 1 no Distrito Federal. Há ainda 42 mortes sob investigação no estado de Pernambuco. Ao todo, são mais de 53 mil casos prováveis da doença em todo o país, número quatro mil abaixo dos 57 mil registrados no mesmo período de 2018. O Rio de Janeiro é o estado com maior número de casos: quase 36 mil.

Já a zika não teve mortes confirmadas até o fim de maio passado, mas soma 6,1 mil casos prováveis no país.

 No mundo, 6,1 bilhões de pessoas correm o risco de contrair dengue até 2080, diz estudo publicado na revista Nature Microbiology, no dia 10 de junho. os principais fatores que explicam o fenômeno são o aquecimento global e o crescimento da população em áreas endêmicas.

O mosquito transmissor:O mosquito Aedes aegypti tem período reprodutivo encurtado e bota mais ovos no período do Verão, quando faz calor. Nessa época do ano é também quando ele pica mais as pessoas, transmitindo as arboviroses dengue, zika e  chikungunya. O aquecimento global está alterando o ciclo do mosquito porque os períodos de altas temperaturas estão mais longos.Estados  estão sem  inseticida contra mosquito Aedes Aegypti

O combate ao mosquito Aedes aegypti adulto, responsável por transmitir dengue, zika e chikungunya pode ficar prejudicado nos próximos dias no país porque, segundo o Ministério da Saúde, alguns estados da federação estão sem o inseticida usado contra o vetor.

O caso mais grave de falta de inseticidade é no Rio de Janeiro. Em nota, o MS disse que a Secretaria de Vigilância em Saúde está trabalhando para minimizar os problemas causados pela falta do produto. Ainda segundo a nota, devido ao desabastecimento, houve a tentativa de empréstimo do inseticida com outros países da América do Sul, mas não havia produto disponível.

A normalização do estoque nos estados depende de repasse dos inseticidas pelo MS, que compra os produtos por licitação internacional. Segundo o superintendente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio, Mário Sérgio Ribeiro, “a expectativa é que os números de casos de dengue diminuam com a chegada do Inverno para não termos que depender dos inseticidas”.

Ribeiro apresentou, anteontem, os dados atualizados  das arboviroses no Rio. Entre janeiro e 4 de junho deste ano, houve 41.888 casos de chikungunya, 20.622 casos de dengue e 1.005 pessoas infectadas por zika. Ao todo, 13 pessoas morreram por chikungunya, sendo 10 na capital fluminense.

A presidente da Comissão de Saúde da Alerj, deputada Martha Rocha (PDT), declarou estar preocupada com a situação. “Temos um diagnóstico alarmante. Já foram 13 mortes por chikungunya este ano, sendo que os especialistas ainda afirmam que a doença não é totalmente conhecida. Também há constantes falhas no diagnóstico e agora a notícia do desabastecimento de inseticidas. Vejo dias muito difíceis no setor de saúde estadual”, disse.

De acordo com dados do MS, o Rio de Janeiro recebeu 17.800 litros de inseticida para combater o Aedes aegypti  ao longo do ano de 2018 e 4.800 litros até  30 de abril deste ano.