Depois de atuar no Carnaval, PM curte pagode e come feijoada em Salvador

Tradicional feijoada completa uma década: 'Para comemorar resultados', diz SSP-BA

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  • Yasmin Garrido

Publicado em 6 de março de 2019 às 15:38

- Atualizado há um ano

. Crédito: Alberto Coutinho/GOV-BA

Grande parte do corpo policial da Bahia, que atua na capital, se reuniu nesta Quarta-Feira de Cinzas (6) no Camarote da Polícia Militar, em Ondina, no Circuito Dodô, para comemorar o balanço das ações desenvolvidas ao longo dos seis dias oficiais do Carnaval em Salvador.

Estiveram presentes membros da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil, além dos secretários da Segurança Pública, Maurício Barbosa, e do Turismo, Fausto Franco, todos sentindo a mesma coisa: missão cumprida. O governador Rui Costa (PT), no entanto, não compareceu, em razão de problemas de saúde.“Foram seis dias de trabalho intenso durante a folia em Salvador, com resultados positivos. O que temos a dizer, mesmo com a variável que não esperávamos, em relação à quantidade de foliões, que cresceu muito nos circuito da festa, é que nosso sentimento é de missão cumrpida”, avaliou o comandante geral da PM, coronel Anselmo Brandão.Ao som do pagode de Jeffinho, cantor paulista, policiais e convidados aproveitaram para dançar - mesmo que discretamente, já que estavam todos fardados - e recarregar a energia com uma feijoada.

O diretor de Comunicação Social da Polícia Militar, coronel Valter Menezes, não escondeu a felicidade diante do balanço de seis dias de festa. “Antes, nós fazemos uma reunião para avaliar os números do Carnaval. Neste ano, especialmente, tivemos 90% de aprovação popular, o que nos deixa muito felizes”, ressaltou.

Ainda segundo o Coronel Valter Menezes, “a feijoada da polícia é uma tradição que já se estende por 10 anos. Ou seja, é uma década que, após todo o esforço desempenhado por nossos oficiais ao longo do Carnaval, a gente comemora os resultados e recarrega as baterias para continuar atuando de forma positiva ao lado da população”, disse.

Este ano, a folia recebeu investimento de R$ 46 milhões em segurança. No total, 26 mil policiais atuaram na capital e interior do estado.  (Foto: Yasmin Garrido/CORREIO) Circuito Osmar x melhorias No entanto, apesar de toda a comemoração, um ponto se destacou no meio do balanço: o aumento da violência no Campo Grande. Conforme dados registrados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), o Circuito Osmar, tradicional do Carnaval de Salvador, precisa passar por mudanças.

O coronel Anselmo Brandão pontuou que, já neste ano, foram feitos alguns ajustes em relação ao Campo Grande. “Mas, por se tratar de Centro Histórico, com peculiaridades territoriais, para 2020 nós vamos investir na instalação de mais câmeras ao longo do circuito, bem como na realocação da polícia, que, ao invés de ficar misturada aos foliões, na rua, vai deixar mais espaço para a pipoca e bloco, ficando alocada em postos elevados”, disse. Para ele, “isso diminui a tensão entre a polícia e o folião”.

Outro ponto destacado pelo coronel é a questão das atrações. “Precisamos pensar no tipo de atração que o Campo Grande está preparado para receber. Trios que arrastam multidões e que propiciam maior violência, seja pelo teor das músicas ou pelo grande número de pessoas na pipoca, têm de ser realocados”, afirmou.

O secretário da SSP-BA, Maurício Barbosa, reforçou que há quesitos que precisam ser aperfeiçoados para a folia de 2020. “O Carnaval nunca tem um plano fixo. A gente vai melhorando a cada ano, de acordo com os pontos negativos identificados na folia anterior”, disse.

Maurício também afirmou que, em relação a blocos que têm grande públicos, existe um projeto de adequação da segurança para o próximo ano. “A gente precisa intensificar e melhorar a tecnologia, apesar de os números registrados a partir da atuação da polícia tenham sido positivos”, declarou.

Números O balanço da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) divulgado nesta quarta-feira (6) mostrou que o Carnaval 2019 é o segundo consecutivo sem homicídio nos circuitos. Segundo a pasta, a festa “terminou sem registro de Crime Violento Letal Intencional (CVLI), que corresponde a homicídio, latrocínio e lesão dolosa seguida de morte, nos três circuitos”.

Um dos pontos positivos deste ano foi a implantação de câmeras de reconhecimento facial, instaladas nos portais de acesso aos circuitos oficiais. Cerca de 3 milhões de rostos foram identificados pelos equipamentos e, em um dos casos, o homicida Marcos Vinícius de Jesus Neri, foragido da Justiça, foi detectado e preso.

Ao todo, durante os seis dias oficiais de Carnaval, 4.444 suspeitos foram conduzidos à delegacia e 99 acabaram presos em flagrantes pelos crimes de roubo, furto, lesão corporal, entre outros.

Em comparação a 2018, houve um aumento de 35,8% em relação aos registros de furto (de 656 para 891 casos), bem como alta de 12% dos crimes de roubo (de 108 para 121 ocorrências).

*Com orientação do chefe de reportagem Jorge Gauthier